Trabalhadores da ERSUC fazem greve na recolha do lixo em Coimbra, Aveiro e Leiria
Os trabalhadores da empresa ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro, que recolhe o lixo em 36 municípios dos distritos de Coimbra, Aveiro e Leiria, vão estar em greve na sexta-feira e no sábado, por melhores salários, disse hoje fonte sindical.
“A paralisação de 48 horas é da exclusiva responsabilidade da administração da empresa, que insiste em ignorar a reivindicação dos trabalhadores de melhores salários e condições de trabalho, dignificação profissional, respeito pela contratação coletiva e o fim da precariedade laboral”, indicou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).
Os trabalhadores fazem ainda greve ao trabalho extraordinário na quinta-feira.
O Sindicato aponta que “a empresa, do Grupo EGF/Mota-Engil obteve, em 2023, um resultado líquido de mais de 148 mil euros, fruto do árduo trabalho dos trabalhadores, e, em vez de reinvestir esse lucro na empresa e nos seus trabalhadores, a administração preferiu distribuir cerca de 1,9 milhões de euros em dividendos aos acionistas, descapitalizando assim a empresa”.
“Não temos dúvidas de que os trabalhadores vão aderir à greve. As suas condições de trabalho são muito más, os salários são muito baixos, não há carreiras. Os maus-tratos são muitos e grandes”, apontou à agência Lusa Cristina Torres, presidente do STAL.
A dirigente sindical ressalvou que os trabalhadores vão cumprir os serviços mínimos, mas disse acreditar que a luta será forte.
“Pode não ter tanto efeito como era desejável, mas os trabalhadores estarão em greve na sua esmagadora maioria”.
A ERSUC emprega cerca de 420 trabalhadores, funcionando com polos em Coimbra e Aveiro, e servindo cerca de um milhão de habitantes naqueles dois distritos e uma parte do distrito de Leiria.
Entre as reivindicações das estruturas representativas dos trabalhadores estão melhoria dos salários e de outras prestações pecuniárias, como subsídios de refeição, de transporte e de risco, a abertura de um processo negocial com resposta ao caderno reivindicativo apresentado pelos trabalhadores, a valorização das carreiras profissionais e a melhoria das condições de trabalho, de segurança e saúde no trabalho.