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Reitor teme que hospital universitário se “desvaneça” no universo ULS

Amílcar Falcão critica a composição da comissão técnica independente nomeada pela ministra da Saúde

Amílcar Falcão está “preocupado” com o futuro o hospital universitário de Coimbra e criticou o facto da comissão técnica independente, recentemente criada para estudar a relação das unidades locais de saúde (ULS) com o ensino médico, a formação e a investigação, integrar apenas um elemento de Coimbra [Joaquim Murta], deixando de fora o próprio diretor da Faculdade de Medicina.

«Preocupa-me que a ideia e o conceito de hospital universitário se desvaneça no universo das ULS», declarou o reitor aos jornalistas, à margem da assinatura de um protocolo entre a Universidade e a ULS de Coimbra, que envolve a criação de prémios anuais de incentivo à inovação e estágios para recém-diplomados da UC.

Recorde-se que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assumiu desde o início do mandato «a intenção de reponderar a configuração, os modelos de organização e de gestão e a estratégia de inserção na rede do Serviço Nacional de Saúde das unidades locais de saúde (ULS) que integram hospitais universitários e centros de investigação, em particular no que se refere aos centros académicos clínicos». Para estudar estas ULS de cariz universitário (ULSU), em despacho publicado no passado dia 11, nomeou uma comissão independente multidisciplinar composta por 17 elementos e presidida pelo ex-ministro Adalberto Campos Fernandes.

«A senhora ministra tem isso na agenda e eu considero que, para situações como a de Coimbra por exemplo, seria absolutamente dramático não ter um hospital universitário a apoiar diretamente a formação médica», alertou o reitor da UC, notando que só assim é possível a implementação de projetos de investigação e inovação como os que ontem se afinaram.

«Se o hospital começar a ter cada vez menor relevância, transforma-se num hospital regional. ULS há muitas, a questão é saber quais é que são aquelas que são mais revelantes. Acho que Coimbra tem de ter muita atenção para não perder essa relevância no contexto nacional», defendeu Amílcar Falcão.

No grupo de trabalho da comissão independente – que deve apresentar o seu relatório até ao fim do ano - constam, entre outros representantes, seis personalidades de Lisboa (a somar ao presidente da comissão), quatro do Porto e duas do Algarve, estando Coimbra representada por Joaquim Murta, oftalmologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Sublinhando a sua «competência e o prestígio» e revendo-se mesmo na escolha deste antigo diretor da FMUC, Amílcar Falcão lembra que «é uma pessoa que esta no meio de 20, não é representativo do peso ponderado e específico de Coimbra, cidade, hospital e universidade» na hora de votar opiniões.

O reitor diz que «não tem sentido estarem na comissão todos os diretores das escolas médicas, menos o de Coimbra», bem como considera incompreensível o Algarve ter duas pessoas a representar a região e Coimbra apenas uma. A seu ver, são «incomparáveis» o «histórico» e a «realidade» de Coimbra e do Algarve, no que se refere à sua faculdade de medicina e hospital.

Amílcar Falcão, que na sua intervenção já tinha considerado «muito importante a estabilização da questão dos hospitais universitários», garantiu aos jornalistas que continuará a «protestar» em defesa de Coimbra junto da própria ministra da Saúde.

Setembro 18, 2024 . 17:05

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