Comunidade unida na dor na homenagem aos três heróis de Vila Nova de Oliveirinha
Ainda não eram 15h00, quando os corpos de Susana Carvalho, Sónia Melo e Paulo Santos chegaram ao quartel de Vila Nova de Oliveirinha, onde hoje, às 16h00, vão ser celebradas as cerimónias fúnebres.
Silêncio, dor, revolta e orgulho são alguns dos sentimentos dominantes na comunidade. Na guarda de honra aos três heróis de Vila Nova de Oliveirinha, dezenas de soldados da paz, trajados com a farda de combate a incêndios, como aquelas que os colegas envergavam, quando perderam a vida no combate ao fogo, que começou em Nelas, atravessou o Mondego e invadiu o concelho de Tábua.
Com a indicação de que os corpos já se encontravam na “casa” dos bombeiros, populares começaram a dirigir-se para junto do quartel. Com a porta do salão nobre aberta para que todos pudessem prestar homenagem a Susana, Sónia e Paulo, muitos foram os que fizeram questão de destacar a dedicação e o sentido de missão das três vítimas.
Residente em Sintra, António Pinto, de 77 anos, tem casa em Covas e conhecia Paulo Santos, «desde pequenino. «Uns dias antes, estive com ele. Estava a fazer um serviço na escola primária», contou emocionado.
Presentes no velório estiveram também funcionárias e elementos da direção do Centro Paroquial e de Solidariedade de Lagares da Beira, com as fardas de trabalho e um laço negro, em sinal de luto.
«Não queríamos acreditar. Estávamos a servir o almoço, quando começámos a ver a Dr.ª Luísa numa correria, diferente», conta Maria de Lurdes, acrescentando que sabiam que, pelo menos a Sónia estava no incêndio».
«Perdemos duas amigas...a nossa enfermeirinha», sublinhou a funcionária, ao referir que de Sónia Melo tinham «sempre muito apoio, estava sempre presente para tudo».