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Dono de aviário em Castro Daire perde 20 mil pintos e 20 colmeias

Armando Lima, de 68 anos, resolveu há 24 anos construir um aviário, no Alto da Portela, em Mões, e andou “20 anos a pagá-lo ao banco”

O incêndio que atingiu Castro Daire ao longo da última semana destruiu o aviário do empresário Armando Lima, que o tinha construído há 24 anos.

Além do espaço, o empresário, que procurou ajuda psicológica após a destruição, perdeu ainda 20.000 pintos.

Este foi um dos lamentos que hoje o ministro da Agricultura ouviu em Castro Daire, na sequência de uma visita que realizou ao território afetado pelos incêndios da última semana.

“Vou com um nó na garganta”, admitiu o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, depois de visitar dois empresários nas freguesias de Moledo e Mões, em Castro Daire, no distrito de Viseu.

Armando Lima, de 68 anos, resolveu há 24 anos construir um aviário, no Alto da Portela, em Mões, e andou “20 anos a pagá-lo ao banco” para agora, pensou, “relaxar um bocadinho e começar a ganhar algum dinheiro”.

“Mas não. Não vou descansar. Morreram todos. Os 20.000 pintos que estavam aqui há oito dias ficaram todos carbonizados e o aviário está todo queimado. Não se aproveita nada, mais vale construir um novo do que reconstruir este”, lamentou.

O empresário admitiu que, sozinho, ainda não conseguiu entrar no aviário e sentiu necessidade de recorrer a “ajuda de um médico psiquiátrico que receitou um medicamento” que o ajudou esta noite a, “finalmente, conseguir dormir”.

“Agora vou levar o meu filho, que me disse que quando fecha os olhos só vê chamas”, acrescentou Armando Lima na conversa que teve com o ministro José Manuel Fernandes que visitou o aviário.

Com o aviário e os pintos arderam também 20 colmeias que possuía no terreno anexo, com cerca de cinco hectares, um carro antigo “e que muito estimava e usava” para se deslocar entre a sua residência e o aviário, e ainda uma “boa quantidade” de castanheiros.

Do governante e do presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, Paulo Almeida, ouviu palavras de conforto e a promessa de, “em breve, começarem a chegar apoios para recomeçar”.

“Não pode deitar a toalha ao chão. Nem pense em desistir, tem de continuar, nós vamos ajudar”, prometeu o ministro e o autarca, que disse ter “já três equipas no terreno a falar com as pessoas para fazer um levantamento” da destruição.

Paulo Almeida admitiu que, inicialmente, ainda pensou em “ter um gabinete na câmara a receber as pessoas, mas rapidamente as equipas foram para o terreno, porque é bem melhor verem com os próprios olhos o que aconteceu”.

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