Parlamento lamenta morte de criança portuguesa assassinada no Reino Unido
A Assembleia da República cumpriu hoje um minuto de silêncio pela morte de cinco pessoas, entre as quais Alice Aguiar, criança portuguesa assassinada no Reino Unido, num ataque em Southport que provocou outras duas mortes.
O voto de pesar pela morte de Alice Aguiar foi apresentado pela Comissão de Negócios Estrangeiros e aprovado por unanimidade.
“No passado dia 29 de julho, um horrendo ataque protagonizado por um jovem de 17 anos, provocou vários feridos graves e a morte de três crianças num centro comunitário, onde decorria um evento de dança e ioga para crianças dos 6 aos 11 anos, em Southport, no Reino Unido”, refere o texto.
Uma das vítimas assassinadas é uma menina portuguesa, Alice Aguiar, de nove anos, nascida em 15 de outubro de 2014 e filha de pais portugueses oriundos da Região Autónoma da Madeira. Além de Alice, faleceram outras duas crianças: Bebe King, de seis anos, e Elsie Dot Stancombe, de sete.
A mesma comissão parlamentar apresentou ainda um voto de pesar pelo falecimento do comendador António dos Ramos, presidente da Casa de Portugal de São Paulo, igualmente aprovado por unanimidade.
António dos Ramos faleceu a 26 de julho, aos 82 anos. Nascido em 19 de janeiro de 1942, em Vilarelho da Raia, Chaves, emigrou para o Brasil em 1959, “desempenhou diversos cargos relevantes para o país e para a comunidade portuguesa no Brasil”, e por mais de três décadas liderou a Casa de Portugal e sua atuação tornou-a uma referência na promoção cultural e um pilar fundamental na tradicional comunidade luso-brasileira nessa Cidade.
Já a Comissão de Economia apresentou um voto de pesar pelo falecimento de Paulo Pinheiro, fundador e presidente do Conselho de Administração do Autódromo Internacional do Algarve e que foi aprovado por unanimidade
Paulo Pinheiro faleceu no dia 10 de julho de 2024, aos 52 anos de idade. Natural de Portimão, engenheiro mecânico e ex-piloto automobilístico, dedicou a sua vida ao desporto motorizado e, em 2008, “concretizou o sonho de inaugurar o Autódromo Internacional do Algarve, na sua cidade natal, Portimão”.
O BE apresentou ainda dois votos de pesar, aprovados também por unanimidade.
O primeiro lamenta a morte, a 6 de agosto, do ativista contra a ditadura contra a guerra colonial Miguel Teotónio Pereira. Foi preso na sequência da ocupação da Capela do Rato em 1972 e acabou sendo expulso do Liceu Padre António Vieira.
Foi um dos fundadores do Movimento de Esquerda Socialista e militante deste partido até à extinção do mesmo e regressou à militância partidária aquando da fundação do Bloco de Esquerda.
Segundo o voto, Teotónio Pereira acabou por se afastar da militância partidária “mas manteve as suas convicções políticas e sociais, apoiando, nomeadamente, os movimentos ecologistas contra a exploração de urânio”.
O outro voto de pesar apresentado pelo BE lamenta a morte de Kildery Eduardo Ferreira Silva, de 21 anos, natural do Brasil, a viver há dois anos em Tires.
“Faleceu após esfaqueamento, no passado dia 23 de julho, nas imediações do restaurante onde trabalhava há alguns meses, na praia de Carcavelos, no concelho de Cascais”, refere o texto.
Segundo o voto, “Kildery, conhecido pelos seus entes próximos como Kadu, foi vítima de um ataque mortal momentos depois de ter defendido duas mulheres que estavam a ser assediadas por um grupo de homens, no estabelecimento onde trabalhava”.
O crime encontra-se a ser investigado pela Secção de Homicídios da Polícia Judiciária.