Coimbra refletiu sobre turismo e um futuro que quer “auspicioso”
Tem património, gastronomia e grandes eventos. Coimbra está no caminho certo no que toca ao turismo, mas tem importantes desafios para vencer, desde logo aumentar a estadia média dos turistas na cidade, e deve fazê-lo trabalhando diferentes produtos e ofertas turísticas, em articulação com diferentes operadores e mesmo saindo das “muralhas” da cidade. Foi esta a ideia genérica que se reteve da conferência “O turismo em Coimbra acontece”, promovida ontem pela Câmara Municipal que reuniu, na Sala Mondego, no Convento São Francisco, jovens alunos, empresários e agentes turísticos da cidade para debater o futuro do turismo em Coimbra.
«Auspicioso» é, segundo José Luís Marques, o termo que a inteligência artificial usa para falar do futuro do turismo na cidade. A intervir numa mesa-redonda moderada pelo vice-presidente da autarquia Francisco Veiga, o responsável da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra considerou importante «ouvir os residentes, empresários, comerciantes e stakeholders, comunidade em geral, na construção da estratégia e plano de ação». Lembrando «o património judáico tangível e intangível - temos na Biblioteca Geral uma bíblia sagrada judaica rara - existente na cidade», José Luís Marques exortou a Câmara a integrar a Rota das Judiarias de Portugal.
Norberto Santos, do Departamento de Geografia e Turismo da Universidade de Coimbra, corroborou a necessidade de potenciar o turismo religioso - apoiado na tríade Irmã Lúcia, Santo António e Rainha Santa -, mas deixou outras ideias de futuro. «Coimbra tem claramente de valorizar o turismo de negócios», disse, sugerindo um “welcome center” «que permita a entidades e instituições chegar digital e pessoalmente ao que é oferta de espaços disponíveis para esse tipo de atividades», fossem eles no Convento São Francisco, mas também noutros locais da cidade.
«A própria Universidade tem salas e espaços extraordinários para eventos, que podiam ter um papel nesta lógica, acolhendo encontros científicos e corporativos, com contrapartidas económicas que são importantes para qualquer instituição», acrescentou o docente universitário, apontando ainda como valorizador da oferta turística da cidade uma aposta na experimentação enológica, com ligação à região da Bairrada.
Enquanto empresário e representante da Escola Superior de Educação de Coimbra, João Ramos, sublinhou que os recursos existem e que é o momento de «passar à prática», «desburocratizar e promover o empreendedorismo». Capacitar os operadores turísticos e criar oferta para que «o turista não passe apenas, mas fique na cidade» é o grande desafio, sublinhou o docente da ESEC, notando que academia e empresas do setor devem trabalhar lado a lado. |
Novo site e um “tool kit” serão apresentados
A sessão de ontem contou com a participação de Ana Moita Francisco, da Divisão de Turismo do Município, que elegeu o projeto de turismo sustentável “COIMBRA ST LLM”, que implica um financiamento de 4,9 milhões de euros para a sua implementação, como o grande desafio de futuro. A consultora da Câmara Municipal fez um ponto da situação do plano estratégico que apresentou há um ano, dando conta da concretização de mais de metade das atividades que tinham sido previstas para 2023-2025. A página oficial do Turismo de Coimbra será apresentada em breve, bem como um Tool kit com fotos e vídeos que hão-de ajudar os diferentes agentes a promover os seus negócios e, ao mesmo tempo, o destino.