Canhões voltaram a ecoar pela Serra da Bussaco
Centenas de pessoas rumaram, na noite da passada sexta-feira, à vila de Luso para assistirem à recriação da Batalha do Bussaco, que este ano assinalou 214 anos e contou com 200 participantes de grupos europeus. A iniciativa teve a presença de Rui Ladeira, secretário de Estado das Florestas, que além de assistir «in loco» ao que designou «um imenso trabalho cultural da nossa história», ouviu do autarca da Mealhada as preocupações que tem com a floresta, em especial no que toca à Mata do Bussaco, onde apelou ao investimento do Estado na recuperação do património natural e edificado daquele espaço, mostrando a disponibilidade do Município para acompanhar o apoio do Poder Central.
Passados 214 anos da Batalha do Bussaco, os canhões voltaram a ecoar na serra, nos dias 27 e 28 de setembro, e as encostas a serem calcorreadas pelas fardas dos exércitos português e inglês frente às tropas francesas. Todo o ambiente que se viveu nas Invasões Napoleónicas foi trazido à tona, por mais de duas centenas de recriadores, fazendo o público recuar mais de dois séculos, numa «batalha», com armas e canhões, desde a recriação do combate do Meiral, em Mortágua, aos campos de batalha em Santo António do Cântaro, concelho de Penacova, e em Sula, em pleno coração da Mata do Bussaco, já no concelho da Mealhada.
“Senti-me quase como as mulheres de Sula”
A recriação da Batalha do Bussaco foi uma coorganização dos Municípios da Mealhada, de Mortágua e de Penacova e da Associação Napoleónica Portuguesa, através do Grupo de Reconstituição Histórica de Condeixa. «Gostei muito de ver este trabalho profissional. Senti-me quase como as mulheres de Sula, naquela altura», referiu, ao nosso jornal, Clotilde Morgado, residente na vila de Luso, manifestando-se agradada com o número de pessoas no local. «Isto para a minha terra é muito bom e chama pessoas. Por mim, podia acontecer todos os anos», referiu