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Perdeu a casa em Vila Pouca de Aguiar e pede ajuda para reconstruir

Para o fogo perdeu as memórias, recordação de uma vida e a casa onde nasceu

Franklim Alves ajudava a combater o incêndio que entrou pela aldeia de Zimão, Vila Pouca de Aguiar, quando percebeu que perdeu a casa para o fogo e, por isso, pede agora ajuda ao primeiro-ministro e Presidente da República.

“Fiquei com a roupa que trazia vestida no corpo, mais nada”, afirmou o residente na aldeia que, no dia 16 de setembro, foi atingida por um dos quatro incêndios que deflagraram no concelho do distrito de Vila Real.

Naquela noite, Franklim Alves, 52 anos, estava a ajudar a combater o fogo numa outra casa na localidade, quando se apercebeu que a sua própria casa estava completamente tomada pelas chamas.

“Ainda consegui salvar duas botijas de gás, para não rebentarem lá dentro, foi a única coisa que consegui tirar cá para fora. De resto ficou tudo”, contou, salientando que nunca imaginou que o fogo chegasse à sua casa, no meio da aldeia.

Aquela noite em que as chamas desceram a encosta até Zimão é descrita como “um inferno”. “Se vi o inferno foi nesse dia”, frisou o agricultor.

Para o fogo perdeu as memórias, recordação de uma vida e a casa onde nasceu mas que, espera agora, conseguir recuperar.

É, por isso, que aguarda com expectativa a visita de hoje do Presidente da República e do primeiro-ministro, a quem diz que quer pedir ajuda.

Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro estão hoje a visitar algumas das zonas afetadas pelos incêndios do Norte e Centro do país, parando em Baião, Vila Pouca de Aguiar e Sever do Vouga.

“Preciso de ajuda para reconstruir a casa ao menos e o mais depressa possível”, afirmou, com a expectativa que essa recuperação demore pouco tempo. Por enquanto está em casa de uma irmã.

Perdeu a casa, mas conseguiu salvar as vacas e o palheiro de feno.

A ajuda tem chegado também de muitos sítios, nomeadamente de roupa e de outros donativos.

Cândida Dias, 65 anos, disse que uma faúlha entrou na antiga casa dos pais, desabitada, mas onde viviam as recordações, e que destruiu tudo.

“Estava cá tudo que era dos meus pais”, contou, descrevendo que o incêndio entrou na aldeia “num instante”.

Em Vila Pouca de Aguiar, deflagraram quatro grandes incêndios, em pontos distintos do concelho, que queimaram cerca de 10 mil hectares, principalmente de pinhal, mas também culturas agrícolas (soutos, avelaneiras, vinhas e olivais), três armazéns agrícolas, um armazém industrial, depósitos de água e cinco casas (uma permanente, um usada e três devolutas).

Os incêndios, que decorreram entre os dias 16 e 19, queimaram ainda pastagens para os animais e zonas de caça.

 

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