Dirigente do Lousanense acusado de auxílio à imigração critica agente de futebol
O julgamento do Lousanense e três dos seus dirigentes acusados de auxílio à imigração ilegal começou hoje, com o tesoureiro do clube a apontar culpas a agente de futebol brasileiro que seria responsável pelos jogadores. O tesoureiro do clube afirmou que o agente de futebol brasileiro envolvido no caso (que se encontra em parte incerta) teria cobrado valores a jogadores que foram para o clube. Já o vice-presidente revelou que todo o processo de inscrição dos atletas era conduzido pelo coordenador de futebol, que já morreu, e o presidente do clube à data afirmava que nada sabia de futebol, que não ia a reuniões, assinava tudo de cruz e que ia ao clube para ir ao bar «beber uma cervejinha».
O Lousanense, clube da Lousã (distrito de Coimbra) que milita nas competições distritais, três dos seus dirigentes com funções entre 2018 e 2020, e um agente de futebol são acusados de sete crimes de auxílio à imigração ilegal, sete crimes de utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal e sete crimes de falsificação pelo Ministério Público, de acordo com a acusação a que a agência Lusa teve acesso.
No arranque do julgamento, o presidente do clube à data dos factos afirmou que só foi presidente porque «não havia mais ninguém» para assumir o cargo. «Eu não percebia nada de futebol, nem gostava de futebol», afirmou o arguido, que disse não saber em que divisão o clube jogava nem o nome dos jogadores envolvidos no processo.
Também o vice-presidente do Lousanense afirmou que era o coordenador de futebol que assegurava o processo com os jogadores estrangeiros e analisava se estes teriam potencial para jogar no clube. «Eu pensava que estava tudo bem», vincou.
Segundo a acusação, os membros da direção terão elaborado e subscrito documentos em que alegavam que asseguravam os meios de subsistência aos jogadores. Posteriormente, para a inscrição dos jogadores na Federação, era anexada uma alegada falsa promessa de contrato de trabalho.