Necessários incentivos para recuperar Casa Gandaresa
Na conferência sobre o projeto “Gândara Tour Sensation”, que decorreu no âmbito do Dia Mundial do Turismo, em Cantanhede, houve uma convergência de posições sobre a necessidade de serem criados incentivos tendentes a estimular os proprietários de casas gandaresas a apostarem na reabilitação, desde logo ao nível da isenção de taxas, mas também pela criação de um regime especial para o IVA em obras de recuperação, à semelhança do que acontece nas habitações localizadas nas ARU – Áreas de Reabilitação Urbana, ou mesmo pela criação de um sistema de apoio financeiro direto como acontece com alguns tipos de arquitetura tradicional com valor patrimonial.
“O turismo enquanto fator dinamizador dos territórios” foi a temática que o Município de Cantanhede escolheu para assinalar a efeméride, entregando a condução dos trabalhos a Dina Ramos.
A professora universitária fez uma exposição dos pilares do trabalho que coordenou com o professor Carlos Costa, da Universidade de Aveiro, no âmbito do qual se procedeu «à identificação de 3.642 casas gandaresas com potencial para serem recuperadas, das quais 1.493 só no concelho de Cantanhede».
Estruturado em quatro pilares – Património e Arquitetura Vernacular, Territórios Rurais, Comunidade e Turismo – «o estudo incide sobre aspetos como identidade territorial, binómio património e turismo, valorização económica e social, economia circular e sustentabilidade, materiais e técnicas construtivas e importância das associações e grupos etnográficos», entre outros.
Segundo a conferencista, os três municípios envolvidos, Cantanhede, Mira e Vagos, «estão empenhados em criar condições favoráveis ao investimento na recuperação da casa gandaresa, sendo certo que a concretização de alguns dos objetivos enunciados no projeto passa muito pela existência de incentivos».