Universidade de Coimbra preocupada com habitação estudantil
O reitor da Universidade de Coimbra apelou hoje à mobilização da cidade para resolver o problema da habitação estudantil, que consome «uma parte muito relevante do orçamento das famílias dos estudantes deslocados». Amílcar Falcão alertou para a «especulação» no mercado de arrendamento, que «traz problemas de atratividade» à instituição, e pediu «mobilização forte das autoridades» para acabar com o «flagelo» do «mercado paralelo, sem contratos ou recibos».
«A matriz da Universidade de Coimbra é a de uma instituição de abrangência nacional e tudo faremos para que assim continue. Mas a UC não pode ajudar a cidade se a cidade não se mobilizar para ajudar a UC», declarou na cerimónia de Abertura Solene das Aulas.
Segundo Amílcar Falcão, a Universidade tem tentado, através dos SASUC, corresponder aos anseios dos estudantes, mas tem-se assistido a uma «subida abrupta dos preços da habitação estudantil por parte do mercado».
No seu discurso, o reitor considerou «inconcebível, face aos preços praticados» na cidade, que «o valor do complemento de alojamento para um estudante deslocado em Coimbra se cifre nos 305,56€, como teto máximo, posicionando o concelho no penúltimo patamar nacional deste apoio».
Já o presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) lembrou que o valor médio de gastos com alojamento subiu de 299 euros no ano letivo de 2022-2023 para «uns assustadores 398 euros por mês». Renato Daniel pediu ao Governo, em especial ao ministro da Educação, que «não descongele as propinas».
«Não aumente os obstáculos para a frequência ao Ensino Superior dos Estudantes. Invista sim na construção de mais camas e na alocação de verbas para a edificação e requalificação de novas residências», declarou o líder dos estudantes.
Amílcar Falcão lembrou que 75% dos estudantes da instituição vêm de fora do distrito, com cerca de dois terços a cumprir os requisitos de estudantes deslocados, e que as residências universitárias se encontram lotadas.
Aproveitando verbas do PRR, na linha do financiamento para requalificação e construção de residências para o ensino superior, a UC «procurou aumentar tanto quanto possível o número de camas a disponibilizar à comunidade estudantil», mas ficou restringida exclusivamente à utilização do seu património, explicou. «Temos alguns processos de requalificação em curso (Combatentes e Alegria), e iremos construir mais duas residências de raiz: Luís de Camões e Monumentais (com início de construção previsto para o primeiro trimestre de 2025). Atingiremos uma capacidade superior a 1400 camas», adiantou o reitor.