Barraquinhas são ponto de encontro para caloiros e estudantes mais velhos
À semelhança da tradição na Queima das Fitas, os Núcleos e Associações de Estudantes marcam presença na festa de uma forma singular e muito crítica através das barraquinhas que são instaladas na tenda.
Habitualmente, a tenda montado no recinto só tem mais movimento depois do fim dos concertos no Palco Principal na Praça da Canção, contudo, a chuva que caía ontem na cidade dos estudantes, levou muitos deles a aproveitarem a festa dentro da tenda mais cedo.
Este ano, todas as associações de estudantes do ensino superior de Coimbra juntaram-se aos Núcleos de Estudantes naquele espaço que pretende ser um ponto de encontro, principalmente, para os estudantes recém-chegados à cidade.
Logo à entrada do amplo espaço a barraquinha da Associação de Estudantes da Escola Superior de Enfermagem destaca-se pela roda da sorte que convida os estudantes a testarem a sua sorte a a ganhar prémios e bebidas.
Os estudantes do IPC passaram a ter um local de encontro na Festa das Latas à semelhança do que já acontecia na Queima das Fitas
«Desde que começamos a ter aqui uma banca do nosso curso, os estudantes costumam juntar-se aqui e é sempre bom para conhecer mais pessoas do curso e é muito bom ver essa cultura de encontro», avançou Margarida Torres, aluno do 4.º ano e membro da Associação de Estudantes, em conversa com o Diário de Coimbra.
Do lado oposto, encontrámos a barraquinha da Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) que aproveitou a presença na festa de receção aos novos estudantes para fazer uma crítica clara à falta de condições do edifício da instituição na Rua Miguel Torga.
«As condições do edifício na Rua Miguel Torga estão muito más e até chove dentro das salas», denunciou Ramses Amaral, aluno do 2.º ano em Comunicação Social.
Numa das laterais da barraquinha da ESEC pode ler-se: “Obras só no Bispo, na ESEC é só chuva…”.
Quem entra na tenda a barraquinha do Polo II da Universidade de Coimbra não passa despercebida, não fosse ela a mais alta estrutura ali montada este ano. Guilherme Marques, estudante do 5.º ano de Engenharia Civil, foi um dos responsáveis pela montagem da torre com mais de cinco metros.
«Somos sempre a estrutura mais pequena aqui da festa», disse, de forma irónica, Guilherme Marques
«Somos sempre a estrutura mais pequena aqui da festa», disse de forma irónica. Na torre construída pode ver-se um jovem estudante a olhar para o futuro, de um lado um futuro com condições e emprego, do outro lado, um "deserto". Esta é uma referência ao abandono escolar que tem afastado cada vez mais jovens do ensino superior e, por sua vez, a oportunidade de garantir um futuro de empregabilidade.