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Olga Brás “chocada” com desinvestimento na saúde mental

Vereadora da autarquia figueirense está preocupada com “dignidade da pessoa humana” e garante que só não faz mais por falta de recursos humanos

A vereadora com os pelouros da Ação Social, Educação e Saúde da Câmara Municipal da Figueira da Foz disse ter ficado «chocada» quando se apercebeu do desinvestimento que o Governo está a fazer na área da Saúde Mental na região Centro, mencionando o caso do desmantelamento do Hospital Sobral Cid, em Coimbra. «Não consigo entender, pois o que está em causa é a dignidade da pessoa humana», comentou Olga Brás. Não obstante, acrescentou que sabe que nem sempre é fácil conseguir dar resposta às necessidades. «Eu própria queria fazer muito mais, mas às vezes não há recursos humanos», afirmou dando como exemplo o facto de, no ano passado, se ter deparado com a dificuldade em conseguir contratar uma terapeuta da fala.

«É muito bonito falar em inclusão, mas na verdade há ainda uma grande exclusão porque não se consegue fazer mais», lamentou Olga Brás, que falava à margem do I Ciclo das Jornadas de Saúde Mental, iniciativa que se realizou ontem no Auditório Madalena Biscaia Perdigão, na Figueira da Foz, reunindo mais de uma centena de participantes. Este evento foi promovido pelo Núcleo Distrital de Coimbra da European Anti Poverty Network (EAPN) e pela autarquia figueirense, tendo como principal objectivo “despertar a sociedade” para a realidade da Saúde Mental.

Durante o seu discurso na sessão de abertura, a vereadora começou por questionar se seria possível concretizar-se este tipo de iniciativa há 30 ou 40 anos, sublinhando a importância desta iniciativa como um espaço para «conversar e ouvir para aprender a fazer mais e melhor».  E considerou que a pandemia foi o «ponto de viragem» para uma mudança de paradigma, pois deu «tempo para pensar e para sentir» sobre esta temática. Pela responsabilidade que tem pelo seu cargo na edilidade figueirense, Olga Brás garantiu estar atenta às questões da Saúde Mental.

Por sua vez, Maria José Vicente, coordenadora geral da EAPN Portugal, reforçou que este é um tema «urgente e actual», uma vez que se trata de uma área transversal a todos os extratos sociais. Contudo, afirmou que «ainda há muitos estigmas» e, por isso, salientou a importância da realização destas jornadas a fim de se promover a «desconstrução de preconceitos».

A responsável mencionou ainda o facto de existirem cada vez mais crianças e jovens com patologias neurológicas, daí ser fundamental o trabalho em rede. «É preciso haver articulação entre a Saúde e outras áreas. Por exemplo, a Educação tem um papel fundamental na saúde mental, na realização de um trabalho preventivo», ressalvou Maria José Vicente.|

 

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