Universidade premeia “um dos grandes baluartes do estudo da obra vicentina”
O Prémio Joaquim de Carvalho foi entregue a «um dos grandes baluartes do estudo da obra vicentina». Foi assim que Delfim Leão considerou José Augusto Bernardes, o autor da obra vencedora da 15.ª edição do galardão atribuído pela Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC), que ontem recebeu o prémio numa cerimónia na Sala do Senado.
O vice-reitor da Universidade de Coimbra para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta elogiou a obra vencedora, “A Oficina de Gil Vicente”, que considerou «uma referência» para o estudo, no futuro, deste que é um dos grandes autores portugueses.
Mas foi mais longe e destacou o trabalho realizado durante muitos anos, em torno da obra vicentina, por José Augusto Bernardes, que aliás dedicou a Gil Vicente a sua tese de doutoramento.
Um ato de teimosia, admitia logo a seguir José Augusto Bernardes, no decorrer do seu discurso, recordando as palavras do seu “mestre” Aníbal Pinto de Castro - que o «tentou dissuadir de se dedicar a Gil Vicente», por achar que «não teria nada de novo» sobre o autor, já tão estudado, para descobrir.
«Mas eu sou teimoso e sabia que com Gil Vicente estaria em boa companhia», recorda o professor catedrático da Faculdade de Letras da UC e, entre outras funções, recentemente nomeado comissário para as comemorações dos 500 anos de Camões, confessando que «Gil Vicente é um autor que nos estimula a adrenalina» e, portanto, tal justificou esta espécie de «ato de heroísmo».
Na cerimónia participaram ainda o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão; Carlota Simões, diretora da IUC e ainda António Redondo, diretor executivo da The Navigator Company, que patrocina esta edição do prémio.
O reitor da UC apontou José Augusto Bernardes como «uma figura maior da Universidade», considerando, por isso, que o Prémio Joaquim de Carvalho «não podia estar mais bem entregue».