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50 objetos contam histórias reais do 25 de Abril na Baixa de Coimbra

Projeto do Plano Nacional das Artes usa montras das lojas para evocar memórias e a história de Abril

Uma caixa métrica de madeira, com os seus sólidos geométricos, esquadro, compasso e prumo, igual às que tinham todas as escolas, mas vinda da EB1 do Tovim, está na montra do Café Santa Cruz. Através de um QR code pode saber a sua história, recordando ou descobrindo mais sobre as vivências de há 50 anos. Ao lado, na Pastelaria Visconde, exibe-se um painel de azulejo com imagem do Infante D. Henrique, evocativo do momento expansionista e, depois, da descolonização. Na montra da sapataria D’Euforia está aberta, numa página escolhida por alunos da Escola Martim de Freitas, uma antologia poética de António Arnaut, jurista e militante socialista que ficaria conhecido como o pai do Serviço Nacional de Saúde.

Há ainda as pás de pedreiro que moradores da Relvinha usaram para construir o seu próprio bairro, numa homenagem a Jorge Vilas; um astronauta, brinquedo que António Azenha, professor no D. Maria, trouxe de Angola quando veio para Portugal. Os sapatinhos de ballet da também professora Inês Manta, que recorda o dia em que não dançou porque se festejava a liberdade. Um livro de histórias infantis escrito por Alberto Vilaça, nascido da necessidade de comunicar com os filhos pequenos enquanto esteve preso. Uma concertina de Louzã Henriques, político antifascista e grande promotor da etnografia. São 50 objetos, de valor intrínseco, simbólico, alguns sentimental, colocados noutras tantas montras de lojas de comércio local na Baixa de Coimbra, no âmbito da exposição “50 Anos, 50 Objetos, 50 Histórias”, que teve ontem a sua visita oficial, guiada por António Cerdeira, coordenador local do Plano Nacional das Artes (PNA), e por Sónia Honório, do Museu Municipal de Coimbra.

O projeto, criado pelo PNA envolvendo as escolas - professores, alunos e famílias - e com contributos de vários parceiros, da Agência para a Promoção da Baixa ao Centro de Documentação 25 de Abril e ao CEIS 20, está integrado nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. A exposição, que deve estar patente até novembro, é complementada não só com a informação acessível por QRcode, mas também com relatos na primeira pessoa, em vídeos disponíveis na página de Instagram “50xabril”. O trabalho gráfico, de comunicação e de multimédia foi feito por Tomira Vueba, estagiária da ESEC.

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