PSP registou dois autocarros e sete veículos incendiados esta noite em Lisboa
Dois autocarros e sete veículos foram incendiados, no total, durante a noite, em várias zonas da Área Metropolitana de Lisboa, disse hoje à Lusa fonte da polícia.
O último autocarro incendiado foi registado na Arrentela, no concelho do Seixal, distrito de Setúbal, indicou a mesma fonte.
A PSP registou ainda focos de incêndio em caixotes do lixo em Amadora, Sintra, Oeiras, Odivelas, Barreiro, Lisboa e Almada, na sequência dos desacatos que se seguiram à morte de um homem baleado pela polícia, na Amadora, na madrugada de segunda-feira.
Duas pessoas foram detidas na quarta-feira à noite na Pontinha, Odivelas, tinha dito anteriormente à Lusa fonte da PSP.
A fonte não precisou, contudo, o motivo que levou à detenção destas duas pessoas.
Na noite de quarta-feira, a PSP já tinha confirmado à Lusa uma sucessão de focos de incêndio em vários concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, no mesmo contexto.
Na Amadora houve alastramento dos focos de incêndio para viaturas, confirmou o responsável, que não conseguiu precisar o total de ocorrências.
De acordo com o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 02:30 registavam-se mais de uma dezena de ocorrências relativas a “detritos” nos distritos de Lisboa e Setúbal, nomeadamente em Queluz (concelho de Sintra), Alfragide (Amadora), Camarate (Loures), Carcavelos (Cascais), Carnide (Lisboa), Mina de Água (Amadora), Corroios (Seixal), Caparica (Almada) e Moita.
Odair Moniz, 43 anos, cidadão cabo-verdiano, e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de automóvel depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Desde a noite de segunda-feira foram registados desacatos no Zambujal e, já na terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas.
Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.