Bombeiros de Cantanhede celebram 122 anos com mais três ambulâncias
aniversário com uma sessão solene marcada pela apresentação de três novas viaturas que vão entrar ao serviço da população do concelho.
As duas ambulâncias destinadas ao transporte de doentes não urgentes e a ambulância de emergência foram adquiridas com recurso a fundos da própria associação, num investimento de cerca de 170 mil euros. «Nós temos as nossas dificuldades e estas ambulâncias servirão para prestar o socorro a quem mais precisa», anunciou Adérito Machado, presidente dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, no momento da benção e do apadrinhamento das viaturas por três entidades do concelho - União de Freguesias de Cantanhede e Pocariça, Grupo Alves Bandeira e Grupo Martins (BP) - «que de diferentes formas têm demonstrado o seu apoio a esta corporação», afirmou.
A par desta distinção, durante a sessão solene foram ainda homenageadas, com voto de louvor e atribuição da medalha de ouro, duas empresas e a uma associação, reconhecendo o seu «valor e mérito» na ajuda aos Bombeiros de Cantanhede. Nesse sentido, foram agraciados a Comissão de Compartes dos Baldios da Freguesia da Tocha, o Intermarché de Cantanhede a empresa Pneubox - S. José Pneus.
A par das homenagens e distinções, a Câmara Municipal de Cantanhede anunciou que irão «prescindir de uma parte» da verba atribuída ao município no âmbito do PT2030 e «canalizá-la em investimento para a associação», anunciou Helena Teodósio, presidente da Câmara, durante o seu discurso. A verba - no valor de cerca de 400 mil euros - servirá para a aquisição de mais uma viatura e para uma nova central telefónica, adiantou.
A cerimónia de comemoração dos 122 anos ficou ainda marcada pela tomada de posse oficial do 2.º comandante Nuno Figueiredo.
Há dificuldade em captar novos voluntários
À semelhança de quase todas as corporações de bombeiros voluntários de norte a sul do país, a captação de voluntários tem sido uma missão difícil e na corporação de Cantanhede não é exceção, como fizeram questão de realçar tanto o presidente da Assembleia Geral da associação, Rogério Marques como o presidente, Adérito Marques.
«Atualmente, a carreira de bombeiro deixou de ser atrativa», notou Rogério Marques. Em causam, está o «sub-financiamento das associações humanitárias que tem impedido a definição das carreiras dos bombeiros que exerçam funções remuneratórias», afastando cada vez mais as pessoas a prosseguir por esta carreira.
Questão igualmente defendida pelo presidente da associação que afirma ser «indispensável prestar a devida atenção aos próprios bombeiros e adotar um quadro de benefícios e regalias a atribuir aos bombeiros», tendo em vista a atratividade tanto para os bombeiros profissionais como para o voluntariado.
Durante a cerimónia, foi ainda cumprido um minuto de silêncio em memória dos quatro bombeiros que perderam a vida, em setembro, na luta contra os incêndios.