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Centro de Portugal quer liderar ecoturismo a nível nacional

Palace Hotel do Bussaco acolheu a apresentação do “Plano Regional de Ecoturismo do Centro de Portugal” e do “Guia Boa Cama Boa Mesa | Ecoturismo no Centro de Portugal”

«Acreditamos que o Centro de Portugal pode liderar o ecoturismo a nível nacional», afirmou ontem o diretor executivo da IdTour, entidade responsável pelo Pla­no Regional de Ecoturismo do Centro de Portugal, que foi apresentado no Palace Hotel do Bussaco.

Na sessão, José Mendes referiu que «alguns agentes económicos já desenvolvem produtos ecoturísticos, mas não os comunicam como tal», defendendo precisamente «uma boa comunicação».

O levantamento do território foi o primeiro passo. Com 2.846.200 hectares, a região Centro tem 18 áreas protegidas, três reservas da biosfera, três geoparques mundiais, 33 áreas Rede Natura 2000, três mil quilómetros de percursos pedestres, quatro Patrimónios Mundiais da UNESCO e 195 monumentos nacionais. Tem ainda 1.364 recursos culturais, 780 agentes de animação turística e 1.126 alojamentos turísticos, sendo precisamente «a região Centro a liderar o número de empreendimentos turísticos e um número muito relevante de paisagens protegidas».

Nas atividades de ecoturismo, a região está já munida de muita oferta, nomeadamente percursos e trilhos pedestres, caminhadas fotográficas, passeios interpretativos de Natureza, sessões de educação ambiental e sensibilização, ações de plantação de árvores e de limpeza costeira, bem como seminários. Mas o plano identifica lacunas, como «um conjunto de aldeias identitárias, que continuam a ter o problema de fixar pessoas e dinamizar atividades; investimento forte em percursos, mas nem todos com condições de serem ecoturismo; e falta de eventos na área».

E, por isso, José Mendes defende três dimensões: desenvolvimento sustentável, educação ambiental e envolvimento das comunidades locais. «No fundo, acrescentar interpretação à paisagem natural, com vida e atividade agrícola e florestal, em que o ecoturista é agente ativo», referiu, exemplificando que, na Mata do Bussaco, este tipo de turista «pode ter disponíveis os devidos equipamentos que o permitam intervencionar nos espaços, nomeadamente no combate a infestantes». «Os hotéis podem fazê-lo e há turistas que querem fazê-lo. O mesmo acontece com as vinhas, em que já muitos procuram vindimar e no caso da restauração há que valorizar os produtos endógenos», apontou.

Para o diretor da IdTour, «a criação de eventos, ligados à agricultura e à preparação de refeições; ambicionar ter uma “Eco Label” cumprindo determinados requisitos; trabalhar a comunicação com influencers e jornalistas; e realizar “fam-trips” dirigidas aos agentes turísticos» são mais-valias para o sucesso do que considera poder vir a ser um «case-study» na região Centro, dado o contexto em que se encontra e do que já tem.

Do Núcleo de Estruturação, Planeamento e Promoção da Turismo Centro de Portugal, Sílvia Ribau enfatizou que «sempre houve preocupação com a Natureza, Saúde e Bem--estar e Mar», mas que isto foi intensificado «no contexto pós-pandemia». «Os turistas querem Natureza e procuram ser mais responsáveis nas suas práticas», afirmou.

«Queremos diminuir a pegada ecológica e ser um destino de turismo sustentável. Isso faz--se com parceiros públicos e privados, assim como com o caminho delineado e fundamentalmente com autenticidade», referiu por sua vez Anabela Freitas, vice-presidente da Turismo Centro de Portugal.

A cerimónia, que contou ain­da com a presença de António Jorge Franco, presidente do Município da Mealhada, e de Guilherme Duarte, presidente da Fundação Mata do Bussaco, foi também mote do lançamento do “Guia Boa Cama Boa Mesa | Ecoturismo no Centro de Portugal”, que contém informação sobre geoparques, reservas naturais, serras, resumo de percursos pedestres, observação de aves e exemplos de alojamento ecossustentável.|

Outubro 31, 2024 . 10:49

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