Romagem aos cemitérios: Dia de homenagens mas também de reencontros
Há muitos anos atrás, na família de Célia Cortes, o Dia de Todos os Santos era dia de festa, com a celebração do aniversário da avó, que, se fosse viva, completava o 118.º aniversário. O ritual de família passava sempre pelo cemitério de Eiras, onde se prestava homenagem a quem já partiu, com flores e velas. Por ali, no passado, como no presente, sucedem-se os reencontros com aqueles que, por estes dias, regressam à terra-natal para a tradicional romagem aos cemitérios.
Célia Cortes esteve, esta manhã, no cemitério de Eiras para colocar flores na campa dos avós e para dar uma limpeza especial. Para ela, a ida ao cemitério é frequente e fá-lo na companhia da mãe, que, hoje, por motivo de doença, delegou a missão na filha, que, em conversa com o Diário de Coimbra, recordou os tempos de menina, em que, juntamente, com amigas e amigos, ao cair da noite, iam sozinhos ao cemitério, iluminado à luz das velas, «ver se havia algum fantasma», graceja.
Também Isabel Elói não faltou. Neste dia, faz questão em embelezar a última morada dos entes queridos com o cuidado de escolher as flores que cada um mais gostava.
É certo que os crisântemos são as flores, tradicionalmente, associadas aos Finados, mas, para Graça Maria nunca são escolha, porque a mãe não gostava. «Qualquer flor, menos crisântemos», confidenciou ao Diário de Coimbra, à saída do cemitério da Conchada, onde, por estes dias, os vendedores de flores não têm mãos a medir.
Maria Luísa é do Senhor da Serra é presença habitual junto ao cemitério da Conchada há nove anos e não hesitou em afirmar que, este ano, a venda está positiva. Rosas, antúrios, margaridas, cravos são algumas das flores preferidas dos seus clientes.