"Rasgar o silêncio" aborda em Coimbra tema da surdez nas crianças e nos seniores
“Enfrentar o silêncio na infância” e “Vencer o silêncio na velhice” foram os temas dos colóquios que hoje decorreram no Pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra, dinamizados pela Orquestra Clássica do Centro (OCC), e coordenados pelo médico Otorrinolaringologista Luís Filipe Silva, e cujo objetivo foi abordar o tema da surdez através da iniciativa “Rasgar o Silêncio”.
«A Associação Orquestra Clássica do Centro tem procurado ao longo dos anos e das atividades e programas que tem vindo a apresentar abordar a questão da inclusão, porque nós vivemos em comunidade e, portanto, todos temos as nossas limitações, todos nós temos as nossas diferenças e a nossa intenção é no fundo apelar para esta diversidade, para a incapacidade que cada um pode ter e ver como é que podemos fazer para incluirmos as pessoas quer na área da música, quer na própria sociedade», destacou Emília Cabral Martins, presidente da OCC.
Já o médico Otorrinolaringologista, Luís Filipe Silva, agradeceu a oportunidade de poder trazer para a esfera pública uma área que faz parte da sua vida profissional há muitos anos. «Dediquei-me à surdez desde sempre e, portanto, a surdez é uma deficiência que na nossa sociedade infelizmente ainda muitas vezes é esquecida. E é dentro deste contexto que aproveitei o convite da doutora Emília Martins para debater e tornar um pouco público, através da Orquestra Clássica do Centro, este tema. É um tema que tem de facto dois mundos, dois mundos assim em termos de sistematização do problema, que é o mundo das crianças, que têm problemas especiais, de comunicação, de integração, de equilíbrio psicológico, de aprendizagem e depois têm problemas laborais, mais tarde, quando acabam as etapas escolares. E depois temos a surdez na velhice. A surdez na velhice é um drama, é um drama social», explicou o clínico.
A iniciativa “Rasgar o Silêncio” encerra hoje com um concerto no Pavilhão Centro de Portugal.