Noite mágica em Poiares, com ceia e baile oitocentista

Pretende-se promover uma viagem pela história, recriar o ambiente do século XIX e dar a conhecer momentos relevantes da vida das gentes das Terras de Poyares. O encontro está marcado para amanhã, com o Centro Cultural decorado a preceito e transformado num enorme salão de baile. Não falta a música, com a Filarmónica a apresentar os ritmos das valsas e do foxtrot, e uma ementa, de inspiração francesa, a condizer. Em destaque está um retrato da rainha D. Maria II, que assinou o decreto que instituiu o concelho. Falamos do Ceia/Jantar Histórico que a Chancelaria da Academia Cultural Terras de Poyares organiza, numa celebração do seu terceiro ano de atividade e dos 188 anos do concelho.É o terceiro evento desta natureza promovido pela Academia, sempre nesta altura do ano, de molde a recordar o decreto, datado de 6 de novembro, que ditou a criação do concelho, lembra Pedro Santos, presidente da direção da Academia. O primeiro, há dois anos, foi uma ceia medieval, em Santa Maria. No ano passado, em S. Miguel, na Casa dos Godinhos, a ceia lembrou o tempo das invasões francesas. Agora vai assistir-se a mais uma ceia, mas também a um baile que, «pretende recriar os bailes que, nas casas senhoriais, nos palacetes, se faziam no século XIX». Desta forma, procura-se «recriar uma sociedade que nunca foi retratada, pessoas que existiram, que têm nome que fazem parte da nossa história», adianta, prometendo «uma noite mágica». O jantar vai apresentar uma série de iguarias com sotaque francês, como era timbre da época, juntando-lhe aromas de África e do Brasil, como a baunilha, o chocolate ou o ananás. Tiago Jesus, um chef de Poiares, foi convidado para elaborar a ementa a servir aos 150 convidados, limite imposto pela organização e rapidamente atingido. «As pessoas aderiram muito bem», diz Pedro Santos, um apaixonado pela história e pela investigação, que juntamente com outros elementos, ligados ao Conselho Científico da Associação, tem vindo a fazer esse estudo, esse trabalho de investigação sobre o que aconteceu no passado e «faz parte da identidade de Poiares».

Esse passado e alguns dos seus momentos relevantes inspiram os quatro momentos de recriação que a Academia vai apresentar durante o jantar e que o chanceler antecipa. Um primeiro pretende recordar a constituição do concelho e a instalação da primeira Câmara Municipal, presidida por João Ferreira de Lima. Um segundo recria as feiras, recordando-se, depois, a passagem de Alexandre Herculano pelo território, bem como os dois momentos de extinção do concelho, em 1866 e em 1895. «O concelho tem uma história antes do 13 de janeiro», sublinha, referindo-se à data da restauração, que o feriado municipal assinala.

Vestidos a rigor, os elementos da Academia Cultural Terras de Poyares procedem à recriação histórica destes e de outros momentos. Inclusivamente, não vão faltar as lições de dança, para que o baile tenha o passo certo. Os convivas são desafiados a usar traje formal, de cerimónia. Fato ou smoking para eles, vestido ou saia para elas, porque se trata de uma noite de gala. |