Quentes e boas...mais pequenas e de melhor qualidade. Assim está a castanha este ano
Pelo segundo ano consecutivo, o Largo da Portagem é o local escolhido por Óscar Alexandre para a venda de castanhas assadas, que encomenda na zona de Sernancelhe. Para este algarvio de Portimão, de 43 anos e que começou a vender castanhas com apenas 6, um dos segredos do sabor das castanhas está na forma como são assadas no fogareiro de barro que construiu bem ao modo tradicional que, na família, foi passando de geração em geração.
Com os cartuchos preparados, Óscar Alexandre e Cristina Soares não têm mãos a medir, mas sempre vão dizendo que o negócio está mais fraco do que no ano anterior. «As pessoas não têm dinheiro e, em vez de comprar quatro ou cinco cartuchos, compram um», adianta a vendedora.
Mas, afina, qual o segredo de uma boa castanha? «Uma boa castanha é pequena e tem de estar bem assada», adianta, realçando que a maneira como se corta também faz a diferença.
Com um preço tabelado nos 2 euros a dúzia, o casal afirma que, neste negócio, «ganha-se para comer» e, ontem, Dia de S. Martinho, é certo que as vendas foram superiores, mas, não raras vezes, o regresso a casa pode fazer-se, ao final do dia, com apenas 10 euros de castanhas vendidas. «Gasta-se mais em carvão, às vezes, do que aquilo que se faz. Há anos, ganhava-se muito dinheiro. Agora não», lamenta, salientando que, noutras altura do ano, vende pipocas e algodão doce e, no verão, percorre as praias da Figueira da Foz com bolas de Berlim.
Já na Praça 8 de Maio, o Diário de Coimbra encontrou Lúcio, canalizador de profissão, que afirma com toda a certeza que «a castanha está melhor do que o ano passado». «A castanha é um fruto muito melindroso e depende também das variedade. As pessoas chegam ao pé do assador e querem a castanha maior do mundo, mas nem sempre o que é grande é bom. Eu costumo dizer às pessoas que vêm comprar castanhas, não batatas», adianta o vendedor que, há seis anos, ajuda um amigo no negócio.
Tal como Óscar Alexandre e Cristina Soares , também vai dizendo que as vendas não estão tão positivas como em anos anteriores. «Vai andando», conclui.