Saberes e sabores de outono na Feira das Colheitas da APCC
Castanhas assadas, hortícolas e fruta da época para todos os gostos, bordados, artes plásticas e decorações (muitas delas já de Natal), comes e bebes e muita música transformaram, hoje, o picadeiro da Quinta da Conraria num verdadeiro local de festa. A já habitual Feira das Colheitas celebrou os saberes e os sabores de outono numa iniciativa que envolveu toda a comunidade da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC).
Quem não faltou foi o André, de 29 anos, utente da associação, que, orgulhosamente, deu a conhecer o saquinhos «para as dores» elaborados com sementes e que basta colocar no micro-ondas para aquecer, antes da aplicação. Sob a supervisão de Susana Machado, animadora sócio-educativa, o jovem não escondia o orgulho por estar a promover o trabalho que os utentes da APCC vão realizando ao longo do ano.
Logo à entrada do picadeiro, de um lado, as castanhas assadas, e do outro, as hortícolas no espaço Eco-aromas: Mercadinho da Quinta, com Margarida Domingues a explicar que todos os produtos nas bancas nascem nas hortas da associação. Resultado também da dedicação dos utentes, os produtos da terra são "reis" também de dois mercadinhos realizados, semanalmente, na APCC: um na Quinta da Conraria e outro no edifício-sede.
Vídeo: Ana Margalho
Com a música dos gaiteiros, dos Semp'a Bombar e de Emanuel Silva, o mercadinho contou com a visita de Carlos Condesso, presidente da direção da APCC, que não escondeu o orgulho pelo trabalho e a missão desenvolvida por aquela que classifica como «a maior associação de paralisia cerebral do país».
«Isto é uma amostra daquilo que é feito pelos nossos utentes e pelo pessoal da formação», destaca, frisando a diversidade e qualidade.
«A associação depende das comparticipações do Estado e os encargos são muitos», continua, lembrando que, em 2025, a APCC celebra 50 anos. «Temos um edificado com alguma idade que carece de manutenção, melhorias que têm de ser feitas, novos desafios para satisfazer as necessidades dos nossos utentes e, para tudo isso, é necessário ajuda. Daí a importâncias destes eventos e da comunidade», frisa, sem deixar de lembrar que a APCC responde a utentes com paralisia cerebral de toda a região Centro.
São cerca de 2 mil utentes, alguns apenas em ambulatório, mas com necessidade de acompanhamento em terapias, consultas médicas da especialidade, enquanto outros estão, diariamente, na associação, que dispõe de três lares.