Junta de Miranda do Corvo controla erva das pampas
Durante anos foi utilizada como elemento decorativo, agora constitui uma ameaça que urge combater. A erva das pampas (cortaderia selloana) começa a ser erradicada e vão-se multiplicando as iniciativas para derrotar esta espécie que provoca problemas respiratórios e se reproduz no território a grande velocidade, degradando os ecossistemas. Na freguesia de Miranda do Corvo já começaram os trabalhos para controlar esta ameaça.
«É um problema que se tem vindo a agravar», diz o presidente da Junta de Miranda do Corvo, João Paulo Fernandes, admitindo que os trabalhos até já deveriam ter começado mas esta é uma ameaça que se vai agora começando a conhecer.
Uma equipa da Junta começou, nos últimos dias, trabalhos de limpeza e destruição da erva das pampas, cortando as plumas e destruindo os pés. O trabalho, explica o autarca, implica que a planta seja removida pela raíz, para evitar o seu reaparecimento, mas algumas já adquiriram uma dimensão tal que estão a obrigar à utilização de maquinaria pesada. Por se tratar de uma espécie cujas sementes se propagam com grande facilidade através do vento e até nas roupas e calçado, os trabalhos implicam que os penachos sejam colocados num saco de plástico e vedados até apodrecerem.
Num ponto da situação sobre a freguesia, João Paulo Fernandes diz que «ainda não é muito grave», mas «o problema já existe». A Junta de Miranda do Corvo também já realizou uma ação de sensibilização junto da população, evidenciando que a espécie «bonita», como lhe chama o autarca, não deve ser utilizada como elemento decorativo em casa ou nos jardins. «Explicamos e pedimos que as eliminem», diz o autarca que, ele próprio, andou «de porta em porta» a fazer essa sensibilização.
Além disso, a Junta, na sua webpage, apela à população para que reporte a localização deste tipo de vegetação que prolifera, sobretudo, junto às estradas, tendo em conta que a circulação automóvel, ao provocar movimentação de ar, propaga as sementes que vão propiciar a multiplicação.
Também as juntas de freguesia vizinhas, como a União de Freguesias de Semide e Rio de Vide, a Junta de Lamas e a União de Freguesias de Lousã e Vilarinho, esta no concelho da Lousã, já foram contactadas no sentido de uma ação concertada. «É um trabalho que vai continuar», diz o autarca, frisando que não são só as plumas que provocam problemas respiratórios, mas as próprias folhas da planta são altamente cortantes.
A erva das pampas forma aglomerados de três a quatro metros de altura. Cada flor pode produzir milhares de sementes que voam longas distâncias empurradas pelo vento. Planta invasora pode cortar a pele, causar alergias e degradar ecossistemas dada a facilidade de crescimento sem controlo.