Mestre de xadrez da Arménia dá “xeque-mate” no Festival da Figueira da Foz
A partida foi renhida, mas o grande mestre da Arménia levou a melhor sobre os dois adversários mais diretos e ontem sagrou-se o vencedor absoluto do 18.º Festival Internacional de Xadrez da Figueira da Foz, organizado pela Assembleia Figueirense. Satisfeito, Karen Grigoryan - que venceu a prova em 2020 e em 2022 e é o único jogador com três vitórias neste evento – garantiu que regressa no próximo ano, elogiou o evento e a organização e só lamentou que as partidas sejam tão longas, a rondar as cinco horas.
O prémio foi entregue pelo presidente da Câmara da Figueira da Foz, que teceu grandes elogios ao torneio, considerando-o um «motivo de orgulho para a Figueira da Foz», e enalteceu a «organização extraordinária» de Miguel Babo, o “cérebro do evento”-
«Quem tem responsabilidades públicas, de decisão, tem obrigação de perceber os tempos», salientou Pedro Santana Lopes, que não tem dúvidas relativamente à importância acrescida do xadrez no desenvolvimento do Homem e das sociedades, particularmente numa altura em que tanto se fala de inteligência artificial.
A cerimónia de entrega dos prémios decorreu ontem à tarde no Sweet Atlantic Hotel & Spa. O segundo lugar da classificação geral foi arrebatado pelo espanhol Daniel Alsina e em terceiro ficou o cubano Daniel Albornoz, que não conseguiu revalidar o título conquistado em 2023. «Estes três jogadores – onde se inclui o vencedor do torneio - lutaram titanicamente até ao fim», afirmou Miguel Babo, esclarecendo que a classificação final só ontem mesmo ficou definida. O melhor português no torneio internacional, organizado pela Assembleia Figueirense, foi Bruno André Leite Martins.
Elina Danielian, da Arménia, foi a primeira classificada entre as concorrentes femininas e obteve o 10.º lugar na classificação geral. Em 2.º lugar ficou Andrea Navrotesou, de França e em terceiro a polaca Klaudia Kulon. «Jogadoras com um curriculum impressionante», que disputaram «partidas brilhantes», sublinha o responsável pela organização, que destacou o torneio da Figueira da Foz como «o mais participado» da Península Ibérica no que se refere às presenças femininas.
No escalão de veteranos, o vencedor foi o canadiano Kevin Spaggett, «uma figura incontornável do xadrez mundial e talvez o jogador que mais marcou o xadrez nacional», disse Miguel Babo. O segundo lugar foi conquistado por Oleg Romanishin, da Ucrânia, que ostenta sete medalhas olímpicas, e o terceiro lugar foi para o português Dinis de Sousa.