“É possível viver coisas incríveis na Académica”
Diário de Coimbra | Vir para a Académica aos 34 anos foi a melhor decisão?
Vítor Bruno Sim, sem dúvida. Felizmente tenho a oportunidade de vestir esta camisola, que tem muita história no futebol português. Infelizmente só cheguei aos 34 anos, porque já estou numa fase mais terminal da minha carreira. Aquilo que posso dizer é que, para já, é um sentimento de orgulho vestir esta camisola, porque cresci a ver a Académica, é fantástico representá-la e jogar naquele estádio. Sinto um orgulho especial em ter a oportunidade de vestir esta camisola.
O que é que o fez optar por esta mudança já com o campeonato em andamento?
Até estava numa fase em que estava a jogar e fui apanhado desprevenido. Posso dizer que tínhamos tido jogo contra o Académico de Viseu, joguei os 90 minutos pelo Alverca, e num domingo estava a jantar para depois fazer a viagem de regresso para Lisboa e fui apanhado desprevenido. Foi-me comunicado pela administração do Alverca a decisão de que no dia seguinte ia começar a treinar à parte. Eu, aos 34 anos, não tenho vontade de treinar à parte, tenho muita vontade ainda e sinto que tenho condições de continuar esta minha paixão dentro do campo, a jogar da melhor forma que sei e consigo e a Académica apareceu naquele momento. Foi logo no dia seguinte, as coisas aconteceram muito rápido, eu tinha muita vontade também de vir e a partir do momento em que o interesse se efetivou, para mim não havia outra hipótese se não vir para a Académica.
Que clube encontrou? Era tudo aquilo que estava à espera?
Para já, não tinha noção das condições em termos físicos do próprio clube. Não tinha noção que tinha este espaço onde estamos. Uma das maiores riquezas que os clubes têm é aquilo que efetivamente foram capazes de construir ao longo do tempo. E a Académica tem aqui algo muito importante. O que tinha noção era basicamente do local onde jogamos. O estádio, de facto, é especial, e sente--se uma mística diferente, uma energia totalmente distinta quando se joga no “Cidade de Coimbra”. Depois, encontrei um clube que ao longo destes anos sofreu, viveu momentos muito tristes, como a descida à II Liga e depois a descida à Liga 3. E eu senti isso no início. No entanto, fomos capazes de inverter o ciclo em que estávamos e as coisas estão a correr de uma forma muito inteligente da parte de quem chegou ao clube, o “mister” António Barbosa, e as coisas estão a encaminhar-se. Acredito que é possível viver coisas incríveis neste clube se continuarmos neste registo de humildade, de superação e de compromisso.
Pode ler a Entrevista da Semana completa na edição de hoje do Diário de Coimbra.