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“Sempre”, de Luciana Fina, vence os XXX Caminhos do Cinema Português

Na longa-metragem documental “Sempre”, a investigadora e realizadora italiana, residente em Portugal há 30 anos, revisita imagens da revolução

A investigadora e cineasta italiana, Luciana Fina, residente em Portugal há 30 anos, ganhou o prémio “Cidade de Coimbra” com um filme que revisita através de imagens de 1962 a 1983, a Revolução dos Cravos em Portugal.

A decisão do júri de atribuição do Grande Prémio “Cidade de Coimbra” ao filme “Sempre”, de Luciana Fina, foi por ser um filme que pinta com as cores e as tintas do presente, o mesmo mural coletivo dos artistas e atores de Abril.

O filme atravessa a asfixia do Salazarismo e da PIDE, as ocupações estudantis de 1969, o Movimento das Forças Armadas de 1974, os sonhos, programas e perspectivas do PREC, o Verão Quente e a descolonização.

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«Obrigada aos jurados por terem considerado a linguagem do filme e o seu potencial neste momento da nossa história», afirmou Luciana Fina na cerimónia de encerramento do Festival Caminhos do Cinema Português

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No seu discurso, Luciana Fina falou da grande emoção ao receber este prémio, sabendo que vai também contribuir para a circulação de SEMPRE pelo país, ao encontro de pessoas, gerações e contextos diversos, com uma homenagem ao Cinema e aos cineastas que, através dos seus gestos, marcaram esse tempo e o processo revolucionário.

A cerimónia contou ainda com a entrega de mais de 20 galardões, entre eles “Play it Again, Yuki”, um filme de João Ganho, que recebeu o prémio do público da 30.ª edição do festival e Estamos no Ar”, de Diogo Costa Amarante, que arrecadou o prémio de melhor ficção deste festival dedicado ao cinema português, assim como de melhores interpretações.

Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, recebeu o prémio de melhor animação e “À mesa da Unidade Popular”, de Isabel Noronha e Camilo de Sousa, de melhor documentário. Alexander David, com “À Tona D’Água”, ficou com o prémio revelação.

O Caminhos atribuiu ainda o prémio de melhor longa-metragem para “Pedágio”, de Carolina Markowicz.

Nas categorias técnico-artísticas, entre outras, Marta Mateus recebeu o prémio de melhor realização com “Fogo de Vento”, Rui Poças, Sayombhu Mukdeeprom e Gui Liang o prémio de melhor fotografia para “Grand Tour”, de Miguel Gomes, e Margarida Cardoso melhor argumento com “Banzo”.

Na seleção Ensaios, dedicada a filmes produzidos em contexto académico, Pedro Hasrouny foi o premiado nacional daquela secção competitiva com “Uma Mãe Vai à Praia”.

A secção principal da competição foi avaliada por um júri composto por Filipa Vasconcelos, João Pedro Rodrigues, Mina Andala, Paulo Cunha e Pedro Brito.

Este ano, o festival contou com mais de 60 horas de cinema exibido, numa edição que também homenageou o ator e encenador Luís Miguel Cintra, com o prémio Ethos, entregue de cinco em cinco anos.

A 30ª edição do Festival chegou ao fim, após sete dias intensos onde foram exibidos mais de 130 filmes em 56 sessões.

Novembro 23, 2024 . 21:50

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