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Autarca da Guarda diz que não faz sentido ter «meia Linha da Beira Alta» a funcionar

Reabriu hoje um troço de 38 quilómetros entre Vilar Formoso e Celorico da Beira, mas as obras da Linha da Beira Alta ainda não têm fim à vista

O presidente da Câmara da Guarda disse hoje não fazer sentido ter «meia linha da Beira Alta» aberta e lamentou que ainda não haja «um fim à vista» para a conclusão das obras de modernização da via ferroviária.

«Temos que ter a linha completa, porque há um ponto de início, que é na Guarda, e um fim, que é em Coimbra”, disse hoje Sérgio Costa à agência Lusa no final da reunião quinzenal do executivo, no dia em que reabriu um troço de 38 quilómetros entre Vilar Formoso e Celorico da Beira. Sérgio Costa disse também ver com «muita preocupação» não haver ainda um fim à vista para a totalidade das obras da Linha da Beira Alta, «que já se arrastam há anos».

A obra está «a demorar mais do que a sua construção, há mais de 100 anos, e continuamos sem ter uma data fidedigna para a sua conclusão», afirmou.

Sérgio Costa alertou que a situação está a ter impactos negativos na economia da região: «Com tudo isto, estão a ser desviadas mercadorias para outras zonas do país, seja por via férrea ou por estrada. Há muitas empresas a terem prejuízos e o Porto Seco da Guarda nunca poderá arrancar sem que a linha esteja totalmente aberta».

Para o presidente do município, «é só falar com as empresas para saber se serve para alguma coisa este pequeno troço que foi aberto». O autarca independente admitiu que reabrir 38 quilómetros «é melhor do que nada», mas adiantou que «falta o resto, porque não se pode ter meia via, só ter meia linha da Beira Alta, tem de se ter a linha completa». O troço Celorico da Beira-Vilar Formoso, com passagem pela Guarda, reabriu hoje ao transporte de passageiros devido à fase «mais avançada de execução das empreitadas de modernização da Linha da Beira Alta entre Celorico da Beira e Guarda», anunciaram a Infraestruturas de Portugal e a CP – Comboios de Portugal.

Em comunicado enviado à agência Lusa, as duas empresas acrescentaram que as intervenções entre a Pampilhosa e Celorico da Beira estão «numa fase adiantada» de desenvolvimento.

No entanto, «em virtude da extensão, características específicas e complexidade técnica dos trabalhos em curso, existe a necessidade de ainda manter interdita a circulação ferroviária neste troço nos próximos meses». A renovação integral da Linha da Beira Alta (193 quilómetros entre Pampilhosa e Vilar Formoso) é considerada uma das obras fundamentais do Corredor Internacional Norte e destina-se a permitir uma ligação ferroviária mais segura e rápida entre o Centro e o Norte do país e a fronteira com Espanha.  O investimento previsto para a modernização desta ligação ferroviária é de 600 milhões de euros.

A linha encerrou em 19 de abril de 2022 por um período anunciado de nove meses e deveria reabrir em janeiro de 2023. A Infraestruturas de Portugal veio depois a anunciar como data provável novembro de 2023, prazo que foi novamente alterado, passando a ser junho de 2024, que também não se concretizou. Até à reabertura integral desta ligação ferroviária mantém-se o transporte rodoviário alternativo dos clientes da CP entre a Guarda e Coimbra, e vice-versa, com paragens em todas estações da Beira Alta «por forma a minimizar os impactos negativos decorrentes deste constrangimento».

Novembro 25, 2024 . 22:45

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