Petição quer regresso de jardim onde estão edifícios do Politécnico de Coimbra
Uma petição pública defende o regresso de um jardim e parque infantil onde hoje estão instalados dois edifícios do Politécnico de Coimbra, esta instituição diz que tem intenção de sair daquele espaço, mas precisa de solução alternativa.
Uma petição pública dirigida à Câmara de Coimbra, que conta já com mais de 600 assinaturas, defende o desmantelamento dos edifícios do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), presentes no Bairro da Cumeada, e o regresso do jardim e parque infantil, tal como na génese do projeto daquele bairro, construído para realojar as pessoas da Alta de Coimbra, nos anos 1950.
A petição e a defesa dos moradores foi dada hoje a conhecer ao executivo municipal, durante a reunião da Câmara de Coimbra, no período de intervenção do público, por Miguel Pessoa Vaz, que dinamiza a petição e representa os moradores.
Durante a sua intervenção, Miguel Pessoa Vaz deu nota de que os pavilhões estão com um grande nível de degradação e que estão incluídos na lista de edifícios com cobertura de fibrocimento, referindo que fez uma exposição da situação em setembro de 2023, junto da Câmara de Coimbra, Freguesia de Santo António dos Olivais (que deu parecer positivo às reclamações dos moradores) e Politécnico de Coimbra.
O morador defendeu uma colaboração entre entidades para que aquele espaço “volte a ser um jardim e com um parque infantil para as crianças, que na zona não existe”.
Na resposta, o presidente da Câmara, José Manuel Silva, dirigindo-se ao morador, referiu que também assina a petição, caso queira “mais uma assinatura”.
No entanto, o autarca explicou que os pavilhões pertencem ao Politécnico de Coimbra e que a Câmara não tem qualquer jurisdição sobre o espaço, considerando que os moradores “devem continuar a defender aquilo que era o destino inicial daquele espaço”.
Também a vereadora com o pelouro do urbanismo, Ana Bastos, explicou que não há risco de ruína iminente, referindo que a autarquia está “de mãos e pés atados”.
Questionado pela agência Lusa no passado, o presidente do IPC, Jorge Conde, referiu que não há “justificação técnica” para intervir na cobertura de fibrocimento, recordando que essas intervenções só são necessárias, caso haja “fissuras na placa”.
Já sobre o futuro a dar àqueles pavilhões, Jorge Conde vinca que teve sempre o objetivo de “desativar aquele espaço” e transferir todas aquelas valências para o campus na Solum, tendo como possibilidade a construção numa área da ESEC, “que é uma espécie de campo de futsal que não é usado há mais de 20 anos e permitiria uma expansão” do edificado.
No entanto, “até agora, não surgiu nenhum modelo de financiamento” que permitisse apoiar tal construção, referiu, sublinhando que o IPC estará, posteriormente, disponível para “vender os terrenos” no Bairro da Cumeada, assim que o polo esteja desativado.
De momento, um dos pavilhões é usado pelo curso de teatro, já o outro edifício tem cerca de 20 salas de aulas utilizadas por várias licenciaturas da ESEC.
Face à ausência de financiamento para uma solução mais duradoura, o IPC vai avançar já no arranque de 2025 com um projeto de reabilitação dos edifícios, que terá um custo de cerca de 100 mil euros, com pintura e mudança de caixilharia, naquilo que é “uma solução provisória”.
“O objetivo último será desativar aquele espaço”, vincou Jorge Conde.