Ordem dos Médicos pede discriminação positiva para plano de cirurgias fora do tempo
O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu hoje que não deve ser aplicada de forma cega a portaria que aprova o Plano de Curto Prazo de Melhoria do Acesso a Cirurgia Não Oncológica. «Não podemos penalizar os hospitais que já têm dificuldades. Temos de responsabilizar os que têm condições para diminuir a lista de espera, mas temos também de saber olhar para aqueles que têm dificuldades e apoiá-los com recursos humanos e infraestruturas», salientou Carlos Cortes.
O dirigente, que falava aos jornalistas à porta dos Hospitais da Universidade de Coimbra após uma visita à instituição, frisou que a aplicação do diploma, publicado hoje, em Diário da República, não «pode ser de forma cega, mas do ponto de vista casuístico e da capacidade» de cada unidade hospitalar.
Os hospitais públicos podem, a partir de quinta-feira, começar a definir a lista de doentes que ultrapassaram o Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG) nas cirurgias não urgentes e que conseguem operar até agosto, segundo uma portaria hoje publicada.
Como exemplo, Carlos Cortes falou do caso do Hospital Amadora-Sintra que, há alguns meses, tinha cerca de 20 cirurgiões especialistas e até final do ano vai ficar com seis cirurgiões especialistas.