Cantata “Pássaro Azul” evoca António Arnaut no Convento de São Francisco
A obra “O Pássaro Azul - Contos e Poemas de Natal”, da autoria de António Arnaut, serviu de inspiração a Paulo Bernardino para compor a Cantata de Natal, com o mesmo nome, que sobe ao palco do Convento de São Francisco, no próximo dia 8, para mais uma homenagem ao Serviço Nacional de Saúde que comemora este ano 45 anos.
E nada melhor do que repor a cantata, já apresentada há cerca de um ano, e que agora ganha uma nova dimensão, num espetáculo que reúne, a partir das 18h00 do dia 8 de dezembro, a Orquestra do Distrito de Braga e aproximadamente duas centenas de coralistas e solistas, que evocam o espírito literário do «pai do SNS», que além da sua faceta de político e advogado, era também escritor e poeta. E foi pela admiração que Paulo Bernardino, investigador, maestro e compositor, sempre teve por António Arnaut que, tal como ele, também tem as suas raízes no concelho de Penela, surgiu a ideia de escrever uma cantata a partir dos seus escritos.
Paulo Bernardino confessou ao Diário de Coimbra que a ideia surgiu durante a pandemia. Como admirador da obra literária de António Arnaut, com quem privou, até por influência do seu pai, a escolha recaiu no livro de contos “O Pássaro Azul», um livro de contos e poemas de Natal que encerram em si a ideia de milagre. A propósito, Paulo Bernardino refere que os textos de António Arnaut surpreenderam-no sobretudo porque, «sendo ele agnóstico, revelam um profundo conhecimento do que é ser cristão, com uma interpretação sublime sobre os principais dogmas da religião católica». Nesse sentido, a escolha recaiu em três contos “O Pássaro Azul”, “Adelaide” e “A Bicicleta” que serão narrados pelo ator conimbricense Diogo Carvalho e intercalados com 10 poemas que serão cantados. Para Paulo Bernardino, «a escolha dos contos foi criteriosa. Procurei contos que nos apresentassem realidades sociais diferentes, sempre mais acutilantes quando se aproxima a quadra natalícia, mas com a particularidade feliz de, no final, o autor, neste caso, António Arnaut, fazer acontecer o milagre». Já os 10 poemas escolhidos procuram «fazer a ponte» entre as três histórias, a do menino que queria um pássaro azul, a da jovem Adelaide que viveu uma vida de desvios, mas no final ganha um filho na Noite de Natal e da senhora abastada que abandona o seu conforto e, na cidade, encontra a bicicleta, a prenda desejada de um menino do orfanato».
Para tal, Paulo Bernardino, que também tem a missão da direção musical da cantata, faz-se acompanhar, em palco, por mais de 200 pessoas que emprestam a voz ao poeta António Arnaut, cantando a profunda humanidade que emana dos seus versos. Assim, em palco estarão o Coro da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos e do Coro da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos, o Coro Carlos Seixas, o Grupo Coral de Urrô (Arouca), o Coro Misto ESE (Porto), a soprano Beatriz Maia, a harpista Beatriz Cortesão, Paulo Soares com a guitarra portuguesa, e Pedro Santos com o acordeão, metáforas da portugalidade.
O concerto termina com o Hino dos 45 Anos do SNS e é patrocinado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, pela Unidade Local de Saúde de Coimbra e pelo IPO Coimbra e pela Antena 2 (RTP).
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