Joe Biden indulta o filho
O perdão concedido por Joe Biden ao seu filho, Hunter, constitui um dos raros casos em que um presidente norte-americano exerceu este poder constitucional em benefício de um membro da sua família.
Os presidentes norte-americanos decretam centenas de indultos ou comutações de penas, registando-se uma aceleração no final do seu mandato de quatro anos.
Mas a decisão de Joe Biden a favor do seu filho divulgada hoje, antes da sentença em dois casos separados, é apenas a terceira na história recente dos Estados Unidos a beneficiar um membro da família presidencial.
"Nenhuma pessoa razoável que analise os factos nos casos Hunter pode chegar a qualquer outra conclusão para além desta: Hunter foi visado apenas porque é meu filho", frisou o presidente democrata cessante.
Segundo o próprio, o seu filho, condenado por posse ilegal de arma de fogo e evasão fiscal, é vítima de "erro judicial".
O seu antecessor e futuro sucessor, o republicano Donald Trump, também perdoou, em dezembro de 2020, o pai do seu genro e conselheiro Jared Kushner, Charles Kushner, condenado em 2004 a dois anos de prisão por peculato fiscal.
Recentemente, anunciou a sua intenção de o nomear para o prestigiado cargo de embaixador em Paris.
"Porque é que o presidente Biden não perdoou Hunter no ano passado antes de o nomear embaixador em Paris?", sublinhou, com ironia, Richard Painter, alto funcionário jurídico da Casa Branca na administração de George W. Bush, nas redes sociais.
O antecessor democrata deste último, Bill Clinton, perdoou, em 2001, o seu meio-irmão Roger Clinton, condenado por posse de cocaína em 1985, no último dia do seu mandato.
No caso de Roger Clinton e Charles Kushner, ambos os homens tinham cumprido as suas penas de prisão no momento do perdão presidencial.