Unidade de Alcoologia pede mais meios e quer renovar instalações
É um serviço de referência na prestação de cuidados a doentes com dependência do álcool, um dos mais graves problemas de saúde pública do país, mas não escapa aos constrangimentos que afetam transversalmente o Serviço Nacional de Saúde. A Unidade de Alcoologia de Coimbra (UAC), que assinala hoje com uma sessão comemorativa os 60 anos de existência, perdeu nas duas últimas décadas cerca de 30% dos seus profissionais (por reforma ou falecimento) e a falha na reposição de meios humanos, embora sem comprometer a qualidade assistencial, impede o aproveitamento total da capacidade de internamento e atrasa a resposta às numerosas solicitações de primeiras consultas.
Nas duas últimas décadas cerca de 30% dos seus profissionais (por reforma ou falecimento)
O Diário de Coimbra conversou com a médica psiquiatra Alexandra Almeida, que dirige o serviço desde o ano passado, no âmbito do aniversário.
Desde 1971 e até ao ano passado, a Unidade de Alcoologia de Coimbra acolheu mais de 30 mil novos utentes, superou as 350 mil consultas e teve mais de 25 mil doentes internados.
Anualmente, o alcoolismo é causador da morte de mais de 2,6 milhões de pessoas em todo o mundo e causador de mais de duas centenas de doenças e ainda problemas comportamentais, como a violência doméstica, condução em estado de embriaguez, prejudicando a vida social e pessoal de quem padece deste problema.
Serviço pede ajuda para renovar equipamentos e recursos humanos
«Gostaríamos de ver realmente os nossos recursos humanos e materiais aumentados e melhorados. Em 2019 a nossa lista de espera para primeira consulta era entre 15 dias a um mês no máximo, e é a esse valor que nós queremos voltar. Mas precisamos de mais gente, para nos permitir desenvolver os projetos que ambicionamos: uma consulta diferenciada, reduzir a lista de espera, atender os doentes quer em internamento quer para uma primeira consulta com a urgência que eles precisam, contribuir, como temos feito até agora, na investigação, na prevenção», aponta a diretora da UAC.