Bombeiros de Tábua crescem em voluntários e operacionalidade
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Tábua começou por admitir, em início de discurso comemorativo dos 89 anos da corporação, que há crise no voluntariado que é preciso inverter, encontrando «formas de atrair mais pessoas para esta causa nobre». Mas logo em jeito de conclusão da sua intervenção pediu «respeito institucional» pela corporação de Tábua que, na verdade, tem nos últimos anos traçado uma linha inversa há de muitas outras instituições. Os voluntários são mais, a operacionalidade «aumentou drasticamente» e hoje a corporação é capaz de dar uma resposta que há alguns anos não era possível.
Concretizando, «em dezembro de 2021 eram 550.000 quilómetros percorridos, em dezembro de 2024 já levamos 1.300.00, em janeiro de 2023 eram 51 bombeiros no ativo, neste momento são 80 bombeiros», disse o comandante Rui Leitão, ontem, na sessão comemorativa da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tábua.
Mas há mais a registar, só possível porque há voluntariado: o serviço noturno passou de cinco para sete elementos e em 2025 serão equipas de oito. «A qualquer hora do dia e da noite vamos buscar os utentes às unidades hospitalares, coisa que antes, à noite, era impensável ir a Coimbra, por exemplo, buscar um doente que tinha alta às quatro da manhã». justificou o comandante.
Aos que andaram «distraídos» recordou também todo um conjunto de obras executadas e equipamentos conquistados: os bombeiros deixaram de partilhar «casacos, calças e capacetes» e agora cada um tem o seu «equipamento completo, sem partilhas», foram feitas obras na camarata feminina, no parque de veículos, na parada e até no salão nobre.
Uma listagem de melhorias que também o presidente da direção, Rui Andrade, elencou, garantindo, nesta reta de final de mandato, que os objetivos a que se propôs «foram atingidos» e nesta altura se sente motivado para se candidatar a um novo mandato, porque «ainda há muito por fazer», nomeadamente a concretização do novo Centro de Exames de Tábua, os arranjos do telhado e pintura do quartel, as obras na camarata masculina e o novo parque de estacionamento, todos projetos que, garantiu, são para 2025.
E para breve estará também, segundo o presidente da Câmara de Tábua, Ricardo Cruz, a quinta equipa de intervenção permanente (EIP), cuja criação já está «definida».
Num dia de dupla comemoração - os 89 anos da corporação e a festa de Natal - o sub comandante de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra, Nuno Seixas, também destacou o «aumento significativo da resposta operacional» da corporação nos últimos dois anos e deu o exemplo da «capacidade de resposta» evidenciada no dispositivo de combate a incêndios.
Citando alguns números da Região de Coimbra, Nuno Seixas referiu que foram registados 157 incêndios e 1.473 hectares de área ardida, «resultados muito positivos perante a severidade meteorológica sentia principalmente no mês de setembro». O que ficou em falta, lamentou, foi «o primeiro objetivo de “baixas zero”»: três bombeiros da corporação vizinha de Vila Nova de Oliveirinha perderam a vida no grande incêndio de setembro.