Putin elogia coragem dos deputados do partido do Kremlin que combatem na guerra
O Presidente russo, Vladimir Putin, elogiou hoje a coragem dos deputados do partido do Kremlin, Rússia Unida, que se inscreveram como voluntários para combater na guerra da Ucrânia.
Putin sublinhou que a decisão é “um passo corajoso e digno que merece todo o respeito”.
No congresso do partido, o chefe de Estado russo destacou o papel do Rússia Unida - maioritário no Parlamento desde a sua fundação em 2003 – em benefício dos soldados e das suas famílias, e no interesse da reconstrução das regiões ucranianas anexadas.
Também encorajou a força política a propor mais veteranos de guerra como candidatos, uma vez que “o país precisa deles”.
O líder do Kremlin recordou que mais de 300 dos voluntários, maioritariamente do Rússia Unida, foram eleitos nas eleições deste ano.
“Em todas as fases históricas, os nossos inimigos tentaram sabotar a nossa unidade [...] Reprimiremos duramente tais provocações. Responderemos a qualquer ameaça e desafio. Estamos prontos para oferecer resistência […] em toda a frente. E isso não passa apenas pela linha de separação de forças”, afirmou.
No congresso participou ainda o presidente do partido, Dmitri Medvedev, antigo líder do Kremlin, que não descartou a anexação de mais territórios em breve, numa clara referência às novas regiões ucranianas.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram, entretanto, a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.