Homenagem aos bombeiros heróis de Vila Nova de Oliveirinha
A dor ainda é demasiado grande e recente para permitir festejos. Por isso, o aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha apenas foi assinalado e porque se tratava dos 90 anos. Uma “data redonda” que os bombeiros e amigos da corporação quiseram lembrar, precisamente com uma homenagem a três companheiros, vítimas do violento incêndio que assolou o concelho de Tábua em meados de setembro.
Os rostos e os sorrisos de Sónia Cláudia, Susana Cristina e Paulo Jorge foram eternizados pela pintora Mafalda Gonçalves. Um mural que representa uma homenagem dos bombeiros do corpo ativo, explica o comandante Nuno Santos. Por isso está localizado numa zona interna, na Sala dos Bombeiros, entre os dois vestiários. Um espaço «mais reservado», onde apenas têm acesso os homens e as mulheres da casa. «Foi assim que eles quiseram», adianta, sublinhando o caráter «mais íntimo» deste mural, que a pintora concluiu há cerca de um mês.
Concluído na semana passada, depois de um trabalho intenso de Mafalda Gonçalves, que incluiu sábados e domingos, está o segundo mural, igualmente com os três bombeiros. Estão equipados, a caminho do combate ao fogo, que acabaria por os engolir com uma força impiedosa. Com uma mensagem e uma carga simbólica muito forte, este mural representa a homenagem de «um grupo de amigos dos Bombeiros» e ocupa uma parede principal, na entrada do quartel. «Quem entra vê logo», diz o comandante, que destaca o «forte impacto» desta imagem, muito embora a “interior” seja «mais íntima, mais nossa».
Os murais representaram um dos momentos mais emotivos da cerimónia, realizada domingo, que incluiu uma missa, em memória destes três bombeiros e de todos os outros que faleceram ao serviço do próximo e ainda de todos os sócios e amigos da “casa”, bem como uma romagem ao cemitério. «Foi muito difícil», reconhece o comandante.
Para assinalar os 90 anos a corporação de Vila Nova de Oliveirinha procedeu à bênção de duas novas ambulâncias. «Vêm substituir viaturas obsoletas, já com muitos quilómetros», refere Nuno Santos. Um investimento que ascendeu a 108 mil contos e que representou «um esforço financeiro muito grande da associação» e envolveu o corpo de bombeiros na promoção de vários eventos para a angariação de receitas. Todavia, os bombeiros receberam um inesperado presente: um donativo de 50 mil euros do Novo Banco destinado a apoiar a aquisição, facto que ditou um convite à instituição bancária no sentido de «apadrinhar uma das ambulâncias».
Com a aquisição deste equipamento, a próxima prioridade é um carro de combate a incêndios, pois o «mais recente fez este ano 30 anos» e a «segurança e conforto» deixam muito a desejar.