Hospital universitário: "É tempo de ultrapassarmos desculpas sobre pressões externas"
Dias depois do reitor da Universidade de Coimbra alertar para o risco da região perder o hospital universitário, com base em eventuais pareceres da Comissão Técnica Independente, que está a avaliar a continuidade do modelo de funcionamento dos hospitais universitários no quadro das Unidades Locais de Saúde (ULS), o presidente do Conselho de Administração da ULS de Coimbra adiantou que «é crucial reconhecer que a principal ameaça ao hospital universitário ou à ULS de Coimbra não vem de fora, nem de comissões externas».
«A verdadeira ameaça» ao hospital universitário e à ULS de Coimbra «está dentro», referiu Alexandre Lourenço, ao acrescentar que «é tempo de ultrapassarmos desculpas sobre pressões externas, seja do Porto, seja de Lisboa».
Na cerimónia de atribuição de prémios a Projetos de Inovação UC by ULS de Coimbra, o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Coimbra adiantou que «triste sina a de uma entidade pública que está refém de interesses particulares em detrimento do interesse da comunidade». «Excelência não é fruto do acaso; exige esforço, dedicação e compromisso. Não se compadece com a dualidade do “biscate no serviço público e o foco no consultório privado», acrescentou.
Sobre a importância dos hospitais universitários, Alexandre Lourenço sublinhou que estas estruturas devem ser «agentes facilitadores» da «transformação» do sistema de saúde.
Tendo como base o documento “Rethinking Healthcare Systems in Europe”, da European University Hospital Alliance, Alexandre Lourenço recorda que estes especialistas defendem «a necessidade» dos hospitais universitários «expandirem o seu foco para além dos cuidados terciários, integrando os serviços de cuidados preventivos e primários», reforçando que são «os maiores, mais diferenciados e mais destacados hospitais europeus a definirem a integração de cuidados entre hospitais, cuidados de saúde primários e saúde pública como caminho a seguir».