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Rota da Água levou alunos das fontes da vila da Lousã ao Papel do Prado

A primeira visita de campo da segunda edição do projeto “Património: Conhecer para proteger” reuniu mais de uma centena de alunos que, da dança do pucarito ao passeio pela vila, aprenderam a partilhar experiências e emoções

Mais de 10 mil passos dados por cerca de centena e meia de alunos da Lousã e Coimbra à descoberta das fontes da vila da Lousã até chegarem à Fábrica Papel do Prado, onde tiveram oportunidade de assistir à apresentação do Marquês de Pombal, que «falou» das suas motivações para a aposta na revitalização daquela unidade industrial que conta com mais de 300 anos de história, sendo «a mais antiga do país em laboração contínua». Mas até lá, os alunos do 6.º ano do Agrupamento de Escolas da Lousã, da EB 2,3 Inês de Castro e da EB 2,3 de Taveiro, tiveram oportunidade de percorrer algumas ruas da vila da Lousã e conhecer um pouco da história da água na região, através da visita a seis fontes.

Para tal, os alunos munidos do seu livro de campo, da app Wikiloc, do mapa da vila com os pontos assinalados, e ainda um roteiro, lançaram-se ao caminho e, passo a passo, lá iam chegando aos pontos previstos.

Finalmente, foi bem vinda a primeira paragem, na Fonte de Fundo de Vila, construída em 1932, na Rua do Comércio. Virada ao sol, enquanto cada um dos alunos ia descobrindo a «história» da fonte, aproveitavam para se aquecer e abrigar do vento forte que se fazia sentir. O Martim e o Gabriel, alunos do 6.º B da EB 2,3 Inês de Castro, confessaram ao Diário de Coimbra que já conheciam a Lousã. Empenhados em registar os passos percorridos «ainda poucos, cerca de 300», à pergunta quantos metros, o Gabriel mostrou-se ágil no raciocínio e explicou que corresponde a «150 metros, pois nas aulas, as professoras ensinaram-nos que cada passo teria 50 centímetros». Já o Martim disse que «o roteiro é para preencher corretamente, pois todos os dados são para se analisarem nas aulas», tal como confirmou a professora Maria Oltília.

Explicou que «os dados recolhidos serão o ponto de partida para abordar nas diferentes disciplinas, de acordo com os conteúdos programáticos». Por exemplo, «os batimentos cardíacos podem ser analisados na disciplina de Ciências Naturais, que no 6.º ano, aborda o corpo humano e os passos podem ser analisados na disciplina de Matemática, já que é preciso convertê-los em metros». No final, fazer uma foto e ler o pequeno resumo da fonte: «Construída em 1932, é um projeto do pintor Carlos Reis». A propósito, a Leonor, aluna do 6.º C da Lousã, confessou já saber algumas coisas sobre Carlos Reis. «Histórias que a minha avó me conta» e que a professora corrobora: «Carlos Reis , natural de Torres Novas, foi um apaixonado pela Lousã, onde residiu na Casa da Lagartixa, hoje Casa Museu, deixando a sua marca na vila, com várias obras».

Mais uns quantos passos até ao Chafariz do Largo da Graça, que recebia as águas sobrantes dos fontanários da Igreja Matriz, construídos no mesmo ano, em 1888. E foi já no Largo em frente à Igreja que os alunos ficaram a saber, pela voz de José Almeida, funcionário da Biblioteca Municipal e profundo conhecedor da história da água na Lousã, que «o fontanário do lado esquerdo, olhando de frente para a Igreja, era para uso humano. Já o do lado direito, era para os animais beberem água», até porque era ali que se realizava a feira semanal, ao domingo, com grande concentração de pessoas e animais».

Tempo ainda para passar pelo Palácio da Lousã (hoje Octant Hotel) onde puderam cumprimentar “o Duque de Wellington” que, vitorioso, acenou aos alunos. Seguiram, depois para a Fonte da Arcada, a caminho da Fábrica do Papel do Prado, construída em 1716.

Paralelamente, em Soure decorria também uma visita de campo, com receção aos alunos de Penela, nos Paços do Concelho, onde os alunos foram brindados com uma dança tradicional pelo grupo infantil do Grupo de Pauliteiros de Vila Nova de Anços. Só depois partiram à descoberta do concelho de Soure.

 

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“Marquês de Pombal” no Papel do Prado

Daniel Duarte, aluno da Lousã «encarnou a personagem de Marquês de Pombal. Vestido a preceito, foi apresentado pelo aio Teodósio, encarnado pela aluna Ana Maria. E eis que surge o garboso Marquês de Pombal que, em discurso direto, disse ao ilustre público (alunos do século XXI), que a ele, «enquanto ministro de D. José I, se deve a modernização do reino. Depois de deixar algumas críticas aos fundadores da fábrica «que nunca pagaram o empréstimo», mas dada a sua importância de fornecimento de papel ao reino, «não podia desaparecer». Então, aproveitando «a água em abundância, as madeiras, o mato para combustível e os braços para trabalhar, mantive a fábrica a trabalhar.

Dezembro 18, 2024 . 18:41

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