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“Ouro branco”: uma marca da Figueira da Foz

Depois de mais de um ano em obras, o Núcleo Museológico do Sal reabriu ontem. Um projeto que conjuga a ciência e a investigação com a tradição e o território, procurando promover e salvaguardar os valores do salgado

«Está muito bonito! Vale a pena!». Palavras de Marlene Borges que expressam o sentimento geral de crianças e pais que ontem participaram na primeira visita ao Núcleo Museológico do Sal, depois das obras de requalificação. «É muito interessante», disse ainda a professora, natural de Póvoa de Midões, Tábua, radicada há um ano na Figueira da Foz. Também a filha, Mariana, de 11 anos, aluna da Escola João de Barros, mostra o seu entusiasmo. «Estou a aprender muitas coisas: como se faz o sal, os diferentes tipos de sal», exemplifica.
É precisamente assim que começa a visita, orientada por Gilda Saraiva, coordenadora do Núcleo Museológico. «O que precisam para fazer o sal?». A resposta vai surgindo, primeiro envergonhada, depois mais assertiva: água (do mar), sol (para evaporar) e vento!. «E quem é que ajuda?», pergunta. A resposta está nos marnotos ou maroneteiros, como também se diz na Figueira. «São eles que fazem o sal», diz, explicando o trabalho de preparação e limpeza das marinhas, atualmente cheias de terra e de algas, de forma a receber a água do mar, através da abertura das comportas, aproveitando a lua cheia e a lua nova. A partir de julho, sob o efeito do sol e do vento, começam a formar-se os cristais de sal. Um litro de água permite obter 34,4 gramas de sal, esclarece.
Gisela aproveita para apresentar a molécula do cloreto de sódio e explica, consoante a idade dos interlocutores, a especificidade e caraterísticas próprias do sal da Figueira. «O nosso sal é marinho e, por isso, tem as propriedades da água do mar». Significa que, além do cloreto de sódio, tem outros nutrientes e sais minerais, «que fazem bem à saúde», como o magnésio, potássio, iodo e cálcio.

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Dezembro 19, 2024 . 07:50

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