Parlamento Europeu deplora ausência de ativista azeri do prémio Sakharov
O Parlamento Europeu deplorou hoje que o ativista anticorrupção azeri Gubad Ibadoghlu, finalista do prémio Sakharov, tenha sido impedido de participar na cerimónia em Estrasburgo, e condenou as violações dos direitos humanos no Azerbaijão, Quirguistão e Crimeia. O académico e ativista azeri, que tem denunciado a corrupção e negócios de petróleo e gás no Azerbaijão e as ligações à Rússia, foi detido em julho de 2023, encontrando-se desde abril em prisão domiciliária, sem documentos nem acesso a tratamentos médicos, apesar de necessitar de uma cirurgia cardíaca urgente.
Gubad Ibadoghlu foi representado pela filha na cerimónia de entrega do prémio Sakharov, no Parlamento Europeu na terça-feira. Nessa manhã deveria ter participado de forma remota num seminário, mas Zahla Bayramova revelou que não era possível contactá-lo, tendo dito à Lusa que familiares seus foram contactados pelos serviços secretos, que ameaçaram com “consequências” caso o ativista interviesse na sessão em Estrasburgo.
Na resolução adotada hoje na assembleia europeia, com 434 votos a favor, 30 contra e 89 abstenções, os eurodeputados pedem que as autoridades do Azerbaijão retirem “todas as acusações” contra o ativista e lhe permitam “receber tratamento médico no estrangeiro”.