Estátua mantém vivos os "Cantares de Coimbra"
Coimbra tem desde ontem uma escultura em bronze que representa muito da cultura da cidade. Em frente ao Arco de Almedina, na Rua Ferreira Borges, três figuras em tamanho real “celebram” o fado, numa disposição que convida à fotografia e, prevê o presidente da Câmara, irá ser uma das imagens mais partilhadas pelo mundo.
A escultura “Cantares de Coimbra”, da autoria de Dora Tracana, apresenta um tocador da guitarra de Coimbra e um tocador de viola, ambos sentados em banco de pedra e com margem para “poses” fotográficas, e um cantor de Fado, em pé. Encomendada pela autarquia, pretende «assinalar a tradição, que se quer manter viva, de cantar o Fado de Coimbra na rua».
É «necessário manter viva a tradição de cantares de estudantes nas ruas de Coimbra, que faz parte da cultura imaterial da cidade e que constitui uma marca identitária do território», sublinha a Câmara, intenção ontem sublinhada por José Manuel Silva na inauguração. «Faltava à cidade», assinalou o autarca, ao comparar com outras cidades do mundo que apresentam apresentam esculturas identitárias, por exemplo do património cultural e arquitetural.
A peça teve um custo de 95 mil euros, o que, percebeu-se ontem, foi “preço de saldo”, pouco restando para a artista face aos elevados custos da fundição.
A autora partilha dessa necessidade de «manter viva esta identidade, hoje marcada por episódios de atuação de tunas que, aqui e ali, vão tornando esta uma cidade de encantos». A evocação do Fado nas ruas da cidade «é por isso hoje uma necessidade marcante, que esta peça escultórica pode assinalar», acentua Dora Tracana.