Papa condena "crueldade" de ataque que matou sete crianças palestinianas
O Papa Francisco condenou hoje a “crueldade” de um ataque aéreo israelita em Gaza que causou a morte de sete crianças da mesma família palestiniana, denunciada na sexta-feira pela Defesa Civil da Faixa de Gaza.
“Ontem [sexta-feira], bombardearam crianças. Isto é uma crueldade, não é uma guerra. Quero dizer isto porque me toca o coração”, disse o pontífice católico aos membros do Governo da Santa Sé durante a audiência de saudação de Natal à Cúria Romana. Francisco denunciou ainda que as autoridades israelitas negaram o acesso a Gaza ao Patriarca Latino de Jerusalém, o Cardeal Pierbattista Pizzaballa. “Ontem [sexta-feira] não deixaram o Patriarca entrar em Gaza, como tinham prometido”, disse o pontífice, referindo-se a Pizzaballa, perante os cardeais e outros religiosos presentes na audiência. O Papa é informado sobre a situação em Gaza através de telefonemas que faz para a paróquia da Sagrada Família, a única igreja católica na Faixa de Gaza.
Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil da Faixa de Gaza, disse à AFP na sexta-feira que o ataque foi “um massacre da ocupação (israelita)” que “martirizou dez membros da família Khalla, que foram alvo de um ataque aéreo à sua casa em Jabalia”, perto da cidade de Gaza. Todos os mortos “pertenciam à mesma família, incluindo sete crianças, a mais velha com seis anos de idade”, disse, acrescentando que 15 pessoas ficaram feridas.
Contactado pela AFP, o exército israelita declarou que o número de mortos comunicado pela Defesa Civil em Gaza “não corresponde às informações de que dispõe”. As forças israelitas “atingiram vários terroristas que operavam numa estrutura militar” do movimento islamita palestiniano Hamas e “representavam uma ameaça”, declarou.