Abraço de “Os Monges” reforça ânimo da Irmandade
O grupo de motards “Os Monges” visita todos os anos, por alturas do Natal, uma instituição e a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Semide foi, este ano, a feliz contemplada. Uma visita que deixou a instituição de “coração cheio”. Não pelo valor monetário que recebeu, sempre importante e necessário, mas pelo simbolismo que encerra. Um sinal de «agradecimento e de «reconhecimento do trabalho que fazemos» junto da comunidade e também das «dificuldades que enfrentamos», refere o provedor. «É isto que nos dá alento para continuarmos», garante Armando Ferreira, para quem são gestos como este, de solidariedade e fraternidade, que representam a essência do espírito natalício. «É isto que é Natal», sintetiza.
O provedor lembra as dificuldades acrescidas que as misericórdias sentem, uma situação transversal a todo o país. «Muitas têm de vender património para fazer face à conta corrente ou necessidades mais urgentes», exemplifica, elogiando o «esforço de todas as funcionárias» da Santa Casa de Semide, cerca de três dezenas, e a ajuda de «algumas entidades».
Na linha da frente deste apoio está a Arcil, da Lousã, que assegura «o acompanhamento de pessoas com alguma incapacidade» e também procura a sua integração no mercado de trabalho, exemplifica. Três dessas pessoas estão atualmente integradas na Misericórdia de Semide, trabalhando ao lado dos restantes funcionários. «Também contribuímos para a sua inclusão», refere o provedor.
De uma forma diferente, o hipermercado Continente, da Lousã, representa uma ajuda preciosa. Cinco dias por semana, à sexta-feira, sábado, domingo, segunda e terça-feira, conta o provedor, «alguns dos elementos que integram os órgãos sociais da instituição deslocam-se, ao final do dia, à hora do fecho, àquela superfície comercial, para levantar bens alimentares essenciais, que representam uma ajuda muito grande». Armando Ferreira diz que esta tarefa de recolha não envolve os funcionários da Santa Casa, mas exclusivamente «membros da direção» e, apesar de ser «um trabalho que não é visível», constitui uma «ajuda essencial» e que não é difícil de contabilizar. «Em 2023 trouxemos 47 mil euros de produtos», faz notar. «Só assim se consegue ter alguma sustentabilidade para que possamos fazer o bem, estar ao lado e prestar cuidados a quem mais precisa», adianta.
São sobretudo «produtos frescos», utilizados na confeção das refeições que a Misericórdia de Semide fornece diariamente aos seus utentes, designadamente de Centro de Dia (17 utentes), serviço de apoio domiciliário (25 utentes) e creche (atualmente com 36 crianças). A estas refeições junta-se as que são fornecidas pela Cantina Social, que diariamente prepara mais de duas dezenas de refeições destinadas a famílias e pessoas carenciadas. O provedor ressalva que a Cantina Social conta com o apoio do Município de Miranda do Corvo, que assegura 10 refeições, com as restantes apoiadas pela Segurança Social.
«Este grupo veio distribuir um abraço e reforçar o nosso propósito e o nosso compromisso enquanto instituição de solidariedade», refere Armando Ferreira, agradecido pelo «gesto altruísta» do grupo de motards “Os Monges”.|