Laurentino Dias e José Manuel Araújo em candidatura única à presidência do COP
Laurentino Dias e José Manuel Araújo uniram-se hoje numa candidatura única à presidência do Comité Olímpico de Portugal, com o antigo secretário de Estado do Desporto a encabeçar a lista às eleições de 19 de março.
“As candidaturas anunciadas por Laurentino Dias e José Manuel Araújo assumem a vontade, que lhes foi transmitida pelas federações e organismos seus apoiantes, de integrarem uma candidatura única aos Órgãos Sociais do Comité Olímpico de Portugal, nas eleições a realizar no próximo dia 19 de março”, lê-se no comunicado enviado à agência Lusa pelas federações subscritoras desta nova candidatura única.
No seguimento deste comunicado, fonte da candidatura confirmou à Lusa que José Manuel Araújo ‘abdicou’ da sua intenção de presidir ao COP, no qual ocupa o cargo de secretário-geral há 12 anos, em favor do jurista natural de Fafe, que foi o responsável pela tutela do Desporto entre 2005 e 2011, nos dois governos liderados por José Sócrates.
No texto, as federações de andebol, campismo e montanhismo, ciclismo, desporto para pessoas com deficiência, orientação, kickboxing e muay thai, motociclismo, motonáutica, pesca desportiva, taekwondo, vela e voleibol explicam o porquê de terem apelado a esta união entre os dois candidatos.
“A 17 de dezembro, o COP assinou com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) um contrato programa de apoio ao desenvolvimento desportivo, cuja execução começa de imediato e se estende até 2028, com uma comparticipação financeira de 49.602.000 euros”, começam por recordar as federações subscritoras, numa alusão ao ‘pacote’ financeiro extraordinário anunciado pelo Governo de Luís Montenegro.
Esta verba adicional obriga “necessariamente”, segundo estas federações, à apresentação de um novo Plano e Orçamento do COP para 2025, “tarefa cometida aos novos órgãos sociais” que saírem das eleições de 19 de março.
“Trata-se de dotar a instituição de um novo plano compatível com as obrigações que o COP assumiu naquele contrato, e o enquadramento financeiro da verba que recebeu e que corresponde a sete vezes mais do que o montante aprovado para o corrente ano”, que era de 7,380 milhões de euros, notam.
Estas federações consideram que será também “obrigatório” elaborar e aprovar as alterações estatutárias para que o organismo possa assumir as competências que lhe estão cometidas no contrato assinado.
“Esta situação excecional convoca todos os agentes desportivos interessados nas eleições de 19 de março a repensarem as diversas candidaturas no sentido de ajustarem os seus projetos de modo a trazer ao processo eleitoral a maior consensualidade possível para uma capacidade acrescida e futura do COP no cumprimento das suas novas e substanciais responsabilidades”, defendem, instando assim à união das candidaturas de Laurentino Dias e José Manuel Araújo.
A candidatura única, que terá o atual secretário-geral do COP como primeiro ‘vice’, é subscrita por seis federações olímpicas, nomeadamente as de andebol, campismo e montanhismo (tem uma disciplina olímpica de esqui-montanhismo), ciclismo, taekwondo, vela e voleibol.
Para ser validada pela Comissão Eleitoral, cada uma das candidaturas às eleições de 19 de março tem de ser subscrita por “pelo menos um quarto das federações desportivas cujas modalidades figurem no programa dos Jogos Olímpicos” – são 34 desde 01 de janeiro -, o que significa que Dias e Araújo terão de reunir o apoio de mais três entidades federativas.
Às eleições do COP são também candidatos o ainda presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes – que já anunciou ter o apoio de nove federações olímpicas -, o também antigo secretário de Estado do Desporto Alexandre Mestre e o ex-presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira.