Aprender corte e costura e criar moldes de vestuário
O sonho de costurar a sua própria roupa pode ser uma realidade. Saias, blusas, calças, casacos blusões, vestidos, camisas, ou mesmo macacões, para homem, senhora ou criança. A lista, proposta pelo CEARTE – Centro de Profissional para o Artesanato e Património, inclui um guarda-roupa completo e a formação arranca no próximo dia 20, no Polo de Semide, concelho de Miranda do Corvo. Além do corte e costura, com noções de caráter industrial, contempla a criação de moldes de vestuário, informação sobre o mundo dos tecidos e planeamento de negócios. Uma formação com uma dimensão alargada, destinada a adultos, maiores de 18 anos, com o 12.º ano concluído e inscritos no Centro de Emprego.
Alzira Ferreira, técnica do CEARTE e responsável pela gestão da formação, destaca precisamente essa componente alargada, que envolve várias áreas, dentro do universo da confeção e vestuário, o que permite aos formandos obter um conjunto diversificado de ferramentas e, desta forma, ganhar competências para uma melhor integração no mercado de trabalho.
Trata-se da primeira vez que um curso de formação na área têxtil se realiza nas instalações do Mosteiro de Semide, uma situação que decorre do facto de a sede, em Coimbra, estar em obras de remodelação. De resto, tem sido em Coimbra e no Polo de Alvaiázere, em Cabaços, que se têm realizado os cursos de formação na área têxtil e com resultados francamente positivos. «Temos pessoas que criaram o seu próprio negócio», «outras trabalham para empresas», refere Alzira Ferreira, que reforça as amplas possibilidades que esta formação oferece e que, além de um atelier de costura e da confeção de roupa, fornece um “know how” importante para outro tipo de profissões, designadamente na área de tratamento de roupas.
Uma formação de nível 4 que, sublinha, tem «uma componente profissional, tecnológica, que visa ensinar a confecionar vestuário», desde saias e blusas, camisas e vestidos, calças ou macacões, mas também contempla a criação dos moldes para as diferentes peças de vestuário. «Em todas as peças é ensinada a componente de confeção e de modelação», explica, facto que exige algum apoio informático, designadamente para trabalhar com programas que permitem ampliar ou reduzir o tamanho dos moldes. «Vão aprender a fazer esse trabalho de uma forma manual, mas também com equipamento tecnológico», adianta.
A formação, apesar de maioritariamente prática, apresenta uma componente teórica, «importante para a contextualização», que inclui a introdução à história da moda e um dossier sobre os diferentes tipos de tecidos e malhas. Há ainda um módulo dedicado ao plano de negócios, que procurar dar instrumentos básicos a quem pretende avançar com uma ideia de negócio e criar o seu próprio posto de trabalho. No final, cada formando realiza um estágio de seis semanas num atelier de costura, para «continuar a sua aprendizagem num posto de trabalho real», adianta.
As candidaturas decorrem até dia 17 e o limite máximo é de 20 formandos. O curso termina a 30 de janeiro de 2026, depois de 1.495 horas de formação.