Moinhos de água são nova atração na Figueira da Foz
A Câmara da Figueira da Foz desafiou a comunidade local e visitantes a desfrutarem de um novo espaço cultural do concelho, situado na freguesia de Moinhos da Gândara.
O Complexo Molinológico de Moinhos da Gândara, no lugar de Cunhas, foi convertido em Centro Interpretativo - Núcleo Molinológico, numa empreitada que custou 136.763 euros (mais IVA) e foi financiada a 80% ao abrigo de uma candidatura da autarquia à Medida 10.2.6. DLBC/Rural PDR 2020 “Renovação de Aldeias”.
Em comunicado ontem divulgado, o município refere que este «novo espaço cultural, pedagógico e identitário do concelho» foi um dos vários projetos «protagonizados por agentes locais de diversa origem (associações, autarquias), distribuídos pelos seis municípios do território de intervenção da AD ELO (Cantanhede, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho e Penacova), candidatados ao concurso do Portugal 2020 /PDR2020, que tinha como objetivo o apoio a projetos que promovessem a recuperação, conservação e valorização de elementos patrimoniais locais».
O Centro Interpretativo, que para já apenas pode ser visitado mediante agendamento prévio (no Museu Municipal Santos Rocha, telefone 233 402 840, ou email [email protected]), dá a conhecer melhor «o contexto da existência dos moinhos de água neste território, bem como a antiguidade e evolução dos processos de moagem ao longo dos tempos».
Trata-se, adianta a autarquia, de «uma abordagem museográfica e expositiva que proporciona novas interpretações», em que «os moinhos e o ciclo do pão são resgatados do esquecimento, e o saber fazer dos últimos moleiros e das gentes desta freguesia, que são a essência deste singular território cultural, ajudam-nos a fazer uma viagem no tempo».
Espaço «único neste território», o complexo molinológico foi adquirido em julho de 2018 pelo Município da Figueira da Foz à Mó Gândara - Associação Cívica de Defesa dos Moinhos e do Ambiente, que no início do século XXI, «no seguimento de uma política de valorização patrimonial, desbravou e pôs a descoberto as estruturas de dois moinhos que laboravam na mesma linha de água, muito próximo um do outro».
«Através de um projeto de recuperação e valorização deste património, que resultou na reconversão, recuperação e reutilização das ruínas e respetivos engenhos dos dois sistemas de moagem (um rodízio e uma azenha), integrando ainda algum património móvel encontrado na área das ruínas, que permitiu reconstituir alguns espaços, nasceu o Complexo Molinológico de Moinhos da Gândara, que é hoje um autêntico museu vivo implantado numa área agrícola de cerca de oito mil metros quadrados que integra também um moinho de vento, uma eira e um forno tradicional», refere a nota enviada ao nosso jornal, acrescentando que técnicos da AD ELO visitaram no mês passado o local após a conclusão da empreitada de reconversão do Compexo Molinológico em Centro Interpretativo.