Câmara quer preservar e deixar visível ponte medieval descoberta junto a Coimbra-B
A Câmara de Coimbra quer preservar e avançar com um projeto museológico para deixar visível a ponte medieval que foi descoberta junto à estação de Coimbra-B, no âmbito das obras do Sistema de Mobilidade do Mondego.
“O nosso objetivo é o de que a ponte medieval fique visível”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, afirmando que, no futuro, será desenvolvido um projeto museológico que permitirá explicar e contextualizar o achado arqueológico “para as pessoas saberem exatamente o que está ali”.
Segundo o autarca, os trabalhos de arqueologia estão a ser assegurados pela equipa que acompanha a empreitada do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), mas arqueólogos do município estão a acompanhar a descoberta e a “disponibilizar toda a informação que exista” nos registos da autarquia.
Os estudos que serão realizados poderão “avaliar melhor se aquela obra medieval já se sobrepôs a outra obra de outro período”, bem como datar com “a máxima proximidade” o período da ponte em si, disse.
De acordo com José Manuel Silva, na ponte medieval encontrada junto a Coimbra-B (também conhecida como Estação Velha), descobriu-se também que circula “água que vem da ribeira do Gorgulão”.
Relativamente ao impacto na empreitada do SMM, o autarca referiu que foi necessária uma nova localização das estacas na zona onde foi encontrada a ponte medieval.
“Foram necessários alguns reajustes. […] Esse trabalho está a ser desenvolvido, enquanto decorre a obra no canal. Não vai atrasar a inauguração da obra, apenas atrasa naquele ponto específico, mas por boas razões”, disse, mantendo a expectativa de que a ligação de metrobus entre a Estação Nova (Coimbra-A) e a Estação Velha (Coimbra-B) possa abrir no final do ano.
Em dezembro de 2024, fonte oficial da Metro Mondego, citando explicações da Infraestruturas de Portugal (IP), disse à agência Lusa que tinha sido encontrada uma ponte do período medieval na empreitada do SMM junto a Coimbra-B.
O achado arqueológico iria obrigar a alterações de projeto para compatibilizar a empreitada com a preservação da ponte encontrada, podendo também ter impactos futuros no projeto urbanístico da futura estação intermodal de Coimbra, que vai ser construída no âmbito da linha de alta velocidade.
O SMM irá servir Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, com autocarros elétricos em via dedicada, dispondo de uma operação suburbana (entre os três concelhos) e uma operação urbana na cidade de Coimbra.