Portugal no "tudo ou nada" com a França
O treinador da seleção portuguesa de andebol, Paulo Pereira, classificou hoje o jogo com a França de “tudo ou nada, com medalha ou sem medalha”, para o terceiro e quarto lugares do Mundial, em Oslo.
“Embora seja muito meritório o quarto lugar, nós vamos lutar para levar esta medalha. Tal como eu disse no inicio, não queria morrer sem ter uma medalha por Portugal”, disse Paulo Pereira, que fez história ao levar a seleção ao top-4 do Mundial.
Ainda a recuperar da derrota pesada na semifinal com a tricampeã mundial Dinamarca (40-27), também detentora do título olímpico, a seleção portuguesa discute no domingo com a campeã europeia França, em Oslo, a medalha de bronze do Mundial.
“Jogar contra a França implica logo um ‘plus’ de energia que espero não se venha a notar falta”, adiantou Paulo Pereira, reconhecendo que há já alguma fadiga nos jogadores portugueses ao fim de oito jogos ao mais alto nível.
O treinador reconhece que à medida que a competição vai avançando, com jogos quase de dois em dois dias, a seleção vai ficando “cada vez com mais marcas” e “este acumular nota-se mais quando o grupo de trabalho é limitado”.
“Fizemos o campeonato todo com dois defesas centrais [Salvador Salvador e Victor Iturriza] e ambos jogavam também ao ataque e o impacto a que são submetidos por vezes nota-se mais com o avolumar da competição”, disse Paulo Pereira.
O treinador espera que o cansaço acumulado não se note muito no domingo e que também, para além da questão física, a seleção possa recuperar o seu equilíbrio emocional após a derrota com a Dinamarca, que foi a primeira ao fim de oito jogos.
“Das últimas seis vezes que jogamos com eles desde 2019, ganhamos três e perdemos três. Agora vamos fazer o desempate e vamos ver o que podemos fazer”, adiantou o treinador luso, reconhecendo que vai ser um jogo muito difícil.
No total, Portugal e França defrontaram-se por oito vezes, com três triunfos para os lusos e cinco para os gauleses, mas na memória está o triunfo no inédito apuramento para Pequim2020 (em 2021), com um golo de Rui Silva (29-28).
“Vamos preparar o jogo, ver onde podemos alcançar mais um golo e onde podemos limitar mais um golo à França. Vamos ver o que podemos fazer, mas vamos dar tudo em campo uma vez mais”, disse.
O experiente lateral Fábio Magalhães, de 36 anos, reconheceu que a derrota “caiu com algum peso”, até porque Portugal ainda não tinha perdido no Mundial, mas a seleção está já “a pensar no jogo com a França, que é muito importante”.
“Só temos que acreditar. Chegámos até aqui e, agora, é lutar por algo inédito. É o jogo de tudo ou nada. Por muito que nos sentimos cansados e pouco animados temos pouco mais de 24 horas para recuperar e lutar nessa grande batalha”, disse Fábio Magalhães.
O lateral recordou que Portugal já teve vários embates com a França nos últimos anos, com vitórias e derrotas, que é uma grande seleção e que “toda a gente pensou que ia estar na final. Temos que os contrariar, como já fizemos outras vezes”, acrescentou.
“Neste momento é pensar na recuperação mental e física. O que fizemos até aqui é extraordinário e não é com esta derrota com a Dinamarca que passamos a ser os piores do mundo”, considerou Fábio Magalhães.
Portugal e França, afastada da final pela coanfitriã Croácia, vão disputar domingo o jogo da medalha de bronze, pelas 15:00 locais (14:00 em Lisboa), na Unity Arena, em Oslo, na Noruega.