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Artes gráficas mostram a sua real dimensão

Biblioteca Geral da Universidade e Biblioteca Joanina dão a conhecer a história das indústrias gráficas e o espaço crescente que ocupam hoje na sociedade atual. Para ver até ao final do mês

O livro e o jornal serão os produtos mais associados às indústrias gráficas. Todavia há muito mais para descobrir neste mundo onde a tradição e a inovação caminham lado a lado, abrindo novos horizontes. Um universo multifacetado, onde cabe o selo, o desdobrável, o lenço e até o guardanapo. Mostrar que estamos rodeados de produtos gráficos é o objetivo da exposição, promovida pela APIGRAF – Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas, de Embalagem e de Comunicação Digital, ontem inaugurada. Uma dupla mostra, repartida pela Biblioteca Geral da Universidade e pelo piso intermédio da icónica Biblioteca Joanina.

«O nosso objetivo é mostrar o que é a indústria gráfica e a sua importância na economia e na vida das pessoas», explicou o presidente da APIGRAF, Lopes de Castro. Um objetivo que levou a associação a empenhar--se na elaboração desta exposição e na edição e lançamento de um livro sobre os 170 anos do movimento associativo gráfico, que «começou em janeiro de 1852, no Porto». «Somos o movimento associativo mais antigo do mundo», sublinha o responsável, que além da «grande responsabilidade» que essa herança representa, salienta a presença ativa deste setor na dinâmica empresarial. «Somos a indústria das indústrias, atravessamos toda a economia», considera, lembrando que há uma multiplicidade de produtos e… necessidades.

Exemplos não faltam, como os mais comuns rótulos que acompanham qualquer produto, os passaportes ou mesmo as notas (dinheiro), para já não falar no domínio das embalagens. «Não há comércio eletrónico sem a embalagem», faz notar, referindo as novas “rotas” e os novos desafios a que as indústrias gráficas, de embalagem e comunicação digital têm vindo a dar resposta, com recurso a suportes diversos, além do tradicional papel e cartão, entrando no universo do tecido, do metal, da madeira, do couro, da cortiça ou do vinil PVC, do poliuretano, do polipropileno, do policarbonato, entre outros.

Uma realidade expressa em números, que Lopes de Castro apresentou ao Diário de Coimbra: «22 mil trabalhadores, 2.127 empresas, 3.153 mil milhões de euros de volume de negócios e 650 milhões de euros de exportações». «Números muito interessantes, que mostram a vitalidade do setor», considera o presidente da APIGRAF.

Otimista, Lopes de Castro lembra que o livro, «um produto permanentemente condenado à morte», tem vindo a registar cada vez maior procura na Europa e também em Portugal. «Os jovens começaram a ler», diz. Satisfeito, refere o facto de o Governo ter “recuado” relativamente ao objetivo traçado de acabar com os manuais escolares em 2026, o que já não vai acontecer. «Para aprender é preciso usar papel», defende.

Relativamente aos jornais, o presidente da APIGRAF admite alguma crise relativamente ao formato tradicional, em papel, num mundo onde o digital parece impor-se e ganhar terreno. Todavia, refere «fenómenos interessantes, de revistas e jornais com pouca tiragem». Lembra ainda que na Europa e no mundo houve «jornais que desistiram do papel» para «apostarem no digital», mas «voltaram a regressar ao papel».

Defensor da inovação, do uso das novas tecnologias, Lopes de Castro não deixa de fazer um aviso relativamente ao «deslumbramento» que muitas vezes acompanha os novos recursos. «Precisamos que algum deslumbramento baixe e que as pessoas ponham os pés na terra», aconselha, defendendo uma “solução” de compromisso, de «complementaridade» das diferentes plataformas. A propósito, lembra a «sustentabilidade do papel, em termos ambientais», que não se equipara a «nenhuma outra matéria prima».

“Uma pontinha de imortalidade”

“Indústria Gráfica – Impressões que Permanecem” é o título da exposição da APIGRAF e o vice-reitor não teve dúvidas de que a Biblioteca Geral – e também a Biblioteca Joanina – seriam os espaços certos para acolher esta mostra. Depois do diretor da Biblioteca, Manuel Portela, ter destacado a associação do livro, do saber e dos processos de comunicação à indústria gráfica, Delfim Leão reforçou o peso dessa aliança, lembrando que a componente gráfica «dá-nos a garantia de permanência, de escapar à efemeridade». «É uma pontinha de imortalidade», disse ainda, recordando os 10 anos que esteve à frente da Imprensa da Universidade.

Inauguração da exposição na Biblioteca Geral da UC

Exposição Movimento 3
Fevereiro 4, 2025 . 07:20

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