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Câmara de Coimbra adjudica reestruturação da rede de transportes públicos
A Câmara de Coimbra adjudicou à empresa OPT a reestruturação da rede de transportes públicos, que se espera poder estar concluída no final do ano, a tempo do arranque do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) na sua plenitude.
A Câmara de Coimbra adjudicou a reestruturação da rede dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) à OPT por 50 mil euros, num serviço que tem um prazo de execução de dez meses, de acordo com a publicação da plataforma Base na segunda-feira e consultada hoje pela agência Lusa.
A adjudicação foi através do regime de consulta prévia a três entidades com trabalho nesta área e com experiência na região, depois de os princípios gerais do caderno de encargos, elaborados pelo especialista Álvaro Seco, terem sido aprovados em setembro de 2024, por unanimidade, em reunião da Câmara de Coimbra, afirmou à Lusa a vereadora com a pasta da mobilidade, Ana Bastos.
Segundo a responsável, com base nesses princípios gerais daquilo que deve ser a reorganização de toda a rede dos SMTUC, a OPT irá avançar com uma reestruturação integral, pensando na sua integração com o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que deverá estar a funcionar na sua plenitude no final do ano.
“O Sistema de Mobilidade do Mondego vai andar em canais onde hoje temos muitas linhas dos SMTUC e essa redundância tem de ser retirada”, esclareceu, referindo que esta iniciativa não pretende apenas compatibilizar os dois sistemas, mas olhar para a atual rede dos SMTUC e otimizá-la, criando uma “rede radial de fora para dentro, que converge para o centro da cidade, com um máximo de dois transbordos e zonas âncora com ligações diretas”.
A arquitetura da rede ficou já definida pelo trabalho do especialista em transportes Álvaro Seco, mas a OPT poderá sugerir alterações a essa mesma arquitetura, numa lógica de melhorar o nível da oferta face à situação atual e de nunca piorar o serviço oferecido, aclarou.
Numa primeira fase, a empresa irá estudar a arquitetura da rede, numa segunda fase, serão definidas as linhas, retiradas redundâncias, assim como as linhas parcelares e variantes – um dos problemas diagnosticados por Álvaro Seco -, e, posteriormente, a proposta será posta à discussão pública, já com horários e linhas definidos.
Segundo Ana Bastos, está em cima da mesa a possibilidade de em zonas de pouca procura adotar o regime de transporte flexível a pedido (que conta com um estudo piloto em Cernache), com o projeto a ter como um dos seus objetivos diminuir os quilómetros em vazio (distâncias percorridas sem qualquer passageiro dentro do autocarro), cuja percentagem, neste momento, “é muito grande”.
A vereadora afirmou ainda que, nos últimos 30 anos, não tem informação de qualquer reformulação profunda da rede dos SMTUC, que foi crescendo com variantes e parcelares, em função de pedidos de juntas e munícipes, tendo agora uma rede “pouco legível e muito pouco funcional”.
Aquando da apresentação dos princípios gerais do caderno de encargos, Álvaro Seco afirmou que a reestruturação deverá reduzir o número de transbordos necessários, reduzir as redundâncias e assegurar uma maior pontualidade e regularidade da rede.
No documento que foi discutido em setembro, são sugeridas cinco linhas que garantem a cobertura de circuitos chave não cobertos pelo SMM, prevendo pontos de interligação com o ‘metrobus’, ferrovia e transportes intermunicipais.
Além da rede base, o especialista defendia uma rede complementar com linhas que garantem a cobertura de espaços urbanos centrais não servidos pela rede principal e uma rede periurbana, com linhas organizadas de forma radial face ao centro.